Papa Francisco quebra tradição em rito anual e lava os pés apenas de mulheres

Durante a celebração eucarística em um penitenciária, o pontífice lavou os pés de 12 detentas, imitando o gesto de Jesus durante a Ceia do Senhor

  • Foto do(a) author(a) Rede Nordeste, O Povo
  • Rede Nordeste, O Povo

Publicado em 28 de março de 2024 às 17:21

Papa Francisco
Papa Francisco realizou a cerimônia em Lava-Pés penitenciária de Roma Crédito: AFP

O papa Francisco, na tarde desta Quinta-feira Santa, 28, lavou os pés de 12 detentas em visita à Penitenciária Feminina de Rebibbia, em Roma. É a primeira vez que o papa lava os pés apenas de mulheres durante o rito anual.

O pontífice de 87 anos, que recentemente tem enfrentado dificuldades de saúde e de mobilidade, liderou a cerimônia em sua cadeira de rodas. O rito católico do lava-pés acontece na quinta-feira antes da Páscoa e tem como exemplo original o lava-pés de seus discípulos feito por Jesus Cristo na noite anterior à sua morte.

Desde que assumiu o pontificado, Francisco retirou esta cerimônia do território do Vaticano e celebrou-a lavando os pés dos prisioneiros, refugiados e deficientes. Ao longo dos anos, ele lavou os pés de mulheres e de muçulmanos, mas esta é a primeira vez que o rito envolve apenas mulheres.

Foi durante a celebração eucarística que o pontífice lavou os pés de algumas mulheres, imitando o gesto de Jesus durante a Ceia do Senhor, ao lavar os pés dos discípulos, em sinal de serviço e doação ao próximo.

Francisco se dirigiu até o grupo — todo feminino — posicionado em uma altura capaz de o Papa chegar com a cadeira de rodas. O pontífice lavou e beijou os pés de 12 detentas, algumas visivelmente emocionadas e comovidas em ver o líder da Igreja Católica repetir o gesto de Jesus com elas.

As mulheres tinham entre 40 e 50 anos e eram provenientes da Bulgária, Nigéria, Ucrânia, Rússia, Peru, Venezuela, Bósnia-Herzegovina e da própria Itália.

Já ao final da celebração, Francisco recebeu alguns presentes das detentas. Entre eles, um grande cesto com produtos agrícolas cultivados pelas próprias mulheres na horta dentro da prisão e um terço, feito de crochê e pérolas, produzido na oficina de colares.