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'Presidente mais pobre do mundo': conheça o legado de Pepe Mujica

Reconhecido pela simplicidade, ele foi responsável por implementar descriminalização do aborto e legalização da maconha no país

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Foto do(a) author(a) Agência Brasil
  • Elaine Sanoli

  • Agência Brasil

Publicado em 13 de maio de 2025 às 17:30

Pepe Mujica
Pepe Mujica Crédito: Reprodução/Instagram

Filho da capital do Uruguai, Montevidéu, José Pepe Mujica, 89 anos, ficou marcado na história do país latino-americano. Ele foi responsável por descriminalizar o aborto e legalizar o consumo da maconha, além de elaborar outras reformas progressistas no país. O político faleceu nesta terça-feira (13), em decorrência de um câncer de esôfago.

Mujica nasceu em 20 de maio de 1935 e foi florista antes de ingressar na vida política. Desde o início da vida, viu os pais levarem uma vida simples e sem luxo como agricultores na periferia de Montevidéu. E foi assim que ele decidiu também levar toda a sua vida: simplicidade e humildade foram marcas de admiração dos apoiadores, que o apelidaram de “presidente mais pobre do mundo”. Ele e a mulher, Lucía Topolanski, moravam em uma chácara em Rincón del Cerro, na periferia de Montevidéu.

Sobre esse apelido, ele disse uma de suas famosas frases: "Me chamam de o presidente mais pobre do mundo, mas eu não sou um presidente pobre. Pessoas pobres são aquelas que sempre precisam de mais, aquelas que nunca têm o suficiente, porque estão num ciclo infinito".

Segundo informações do UOL, em 1962, Mujica deixou o Partido Nacional, onde era secretário-geral da Juventude, para fundar o União Popular, junto ao Partido Socialista do Uruguai e o Nuevas Bases. A rebeldia e a militância do jovem Mujica eram combatidas incisivamente no contexto pré-ditatorial (1973-1985). Em 1972, ele foi alvo de seis tiros e, logo depois, preso e torturado por cerca de dez anos, mas fugiu do cárcere em pelo menos duas ocasiões.

Com fim da ditadura, ele foi anistiado, e em 1994, se elegeu como deputado federal. Dez anos depois, criou o Movimento de Participação Política (MPP), parte fundamental da coalizão da esquerda Frente Ampla.

Atuou ainda como senador e ministro da Agricultura antes de ser eleito presidente do país, cargo que exerceu entre 2010 e 2015. Sob o governo de Mujica, o Uruguai passou por reformas progressistas que incluíram a descriminalização do aborto, legalização do casamento homoafetivo, que permitiu casais homossexuais adotarem filhos, e legalização do uso da maconha.

Luta contra a pobreza

Doutor e professor em História na Universidade de Brasília (UnB), Rafael Nascimento destacou que a pobreza no país caiu de 39% em 2004 para 11,5% em 2015. Além disso, houve expansão dos programas de transferência de renda e aumento do salário mínimo, além da distribuição de laptops para estudantes e professores e políticas habitacionais para famílias de baixa renda.

Em 2019, Mujica foi novamente eleito senador, mas renunciou ao cargo em 2020 para evitar o contágio durante a pandemia de covid-19. “Há uma hora de chegar e uma hora de partir na vida”, disse, à época. Em novembro de 2024, o candidato da Frente Ampla, Yamandú Orsi, venceu a eleição presidencial, marcando a volta da centro-esquerda ao poder no Uruguai após a derrota em 2020. O candidato do grupo de Mujica assumiu o governo em março de 2025.