Psicóloga morre por eutanásia no Peru, no 1º caso da história do país

A Suprema Corte peruana autorizou o procedimento para Ana Estrada em 2022

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Publicado em 22 de abril de 2024 às 20:30

Ana Estrada é a primeira pessoa a morrer por eutanásia no Peru
Ana Estrada é a primeira pessoa a morrer por eutanásia no Peru Crédito: Jessica Alva Piedra/Wikimedia Commons

A ativista e psicóloga Ana Estrada, de 47 anos, morreu nesse domingo (21), após travar luta judicial que culminou na autorização da Suprema Corte do Peru para a sua eutanásia em 2022. Estrada sofria de uma doença degenerativa desde os 12 anos, chamada de polimiosite.

A peruana foi a primeira pessoa de seu país a receber a eutanásia, proibida no Peru pelo artigo 112 do Código Penal. Para a defesa de Estrada, o artigo violava o direito a uma morte digna. “Ana morreu em seus próprios termos, de acordo com sua ideia de dignidade e em pleno controle de sua autonomia até o final”, comunicou a advogada da peruana, Josefina Miro Quesada.

A eutanásia é um procedimento descrito como o ato de terminar intencionalmente a vida de um paciente em estado terminal que expresse tal vontade enquanto consciente.

Apesar da decisão da Suprema Corte, a autorização permanece exclusiva ao caso de Estrada.

Outra peruana, Maria Benito Orihuela, portadora de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), também recebeu autorização judicial para realizar a eutanásia. Orihuela perdeu sua capacidade muscular aos poucos e atualmente permanece acamada e mantida por um respirador artificial.

Há seis anos, Maria Benito também perdeu a fala e se comunica por meio de seus olhos, com a ajuda de um rastreador ocular que auxilia a codificação por um teclado. Diferente de Estrada, Benito ainda não conseguiu que a decisão seja cumprida em seu caso.

Em fevereiro de 2024, o jornal El País relatou que, de acordo com a decisão judicial, a única entidade autorizada a cumprir a eutanásia é a Segurança Social de Saúde (EsSalud). Mas o chefe da Unidade de Cuidados Intermédios do Hospital Edgardo Rebagliati Martins, Luis Carrillo Velásquez, indicou que todos os médicos se opuseram a realizar o procedimento.