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Carol Neves
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 13:31
Enquanto reforça políticas de endurecimento contra a imigração, o governo Donald Trump abriu nesta quarta-feira (10) uma exceção altamente lucrativa: o lançamento do “Trump Gold Card”, um visto premium que promete residência acelerada nos Estados Unidos para quem puder arcar com valores milionário, a partir de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,4 milhões). >
Segundo o secretário de Comércio, Howard Lutnick, a iniciativa já atraiu cerca de 10 mil pré-inscritos. Ele afirmou esperar ainda mais adesões, projetando que o programa pode gerar “bilhões, bilhões de dólares” para o Tesouro americano. Há também uma modalidade corporativa: empresas podem requisitar o processamento rápido de vistos para funcionários mediante uma contribuição de US$ 2 milhões por pessoa (cerca de R$ 10,8 milhões).>
O que fazer em seis cidades dos EUA
O processo começa no site trumpcard.gov, onde o interessado encontra um botão “apply now” (“submeter agora”). Para iniciar a análise, é necessário pagar ao Departamento de Segurança Interna uma taxa de US$ 15 mil (cerca de R$ 82 mil) destinada ao trâmite acelerado. Depois da checagem de antecedentes, o candidato deve fazer uma “contribuição” - descrita no próprio site também como um “presente” - no valor de US$ 1 milhão para receber o visto.>
Já há fila de espera para outra versão da contribuição, o Trump Platinum Card. Quando o programa for oficialmente lançado, e após o pagamento da taxa de processamento e de uma "contribuição" de US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 27 milhões), o candidato terá o direito de permanecer até 270 dias nos Estados Unidos sem estar sujeito a impostos americanos sobre renda obtida fora do país.>
Trump descreveu o documento como superior ao tradicional green card. “Basicamente é um green card, só que muito melhor. Muito mais poderoso, um caminho muito mais forte”, afirmou o presidente. “Um caminho é algo importante. Tem que ser gente excelente.”>
Lutnick defendeu que o programa atrairia pessoas capazes de impulsionar a economia norte-americana. Ele comparou os potenciais beneficiários aos titulares “médios” do green card, alegando que estes ganhariam menos do que a média dos americanos e dependeriam mais de assistência pública - embora não tenha apresentado dados que sustentem essa afirmação.>
O “gold card” surge como o contraponto de um governo que, ao mesmo tempo, tem intensificado deportações e adotado normas para desencorajar imigração legal. >