Zelensky acusa China de ajudar Rússia em pressão contra conferência de paz

Conferência de paz sobre a guerra na Ucrânia, organizada pela Suíça, está prevista para acontecer nos dias 15 e 16 de junho

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Publicado em 2 de junho de 2024 às 14:03

Lula durante encontro com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Nova York
Lula durante encontro com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Nova York Crédito: Ricardo Stuckert / PR

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a China de ajudar a Rússia a atrapalhar a conferência de paz sobre a guerra na Ucrânia, organizada pela Suíça e prevista para 15 e 16 de junho. Segundo o mandatário ucraniano, a China está pressionando outros países e seus líderes a não comparecerem às próximas conversas sobre o tema.

"É lamentável que um país tão grande, independente e poderoso como a China seja um instrumento nas mãos de Putin", disse ele, em uma coletiva de imprensa no fórum de defesa Shangri-La, principal conferência de segurança da Ásia, sobre o presidente russo Vladimir Putin. "Isso não é apenas apoio à Rússia, isso é basicamente apoio à guerra", completou.

A China tem dito manter uma posição neutra na guerra, o que a coloca em desacordo com a Ucrânia, os Estados Unidos e a maior parte da Europa.

Seu comércio com a Rússia cresceu, aliviando o impacto econômico das sanções ocidentais. Além disso, agências de inteligência americanas, ucranianas e outras dizem haver evidências de que peças chinesas estão sendo usadas em armamentos russos ainda que a China não esteja armando diretamente seu vizinho.

Os suíços esperavam que a China participasse da conferência de paz, mas a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, sinalizou na sexta-feira, 31, que isso era improvável.

A China defende que o evento tenha participação de todos os envolvidos, incluindo a Rússia, que não foi convidada.

"Há ainda uma clara discrepância entre os arranjos para a reunião e as exigências do lado chinês, assim como as expectativas gerais da comunidade internacional", disse Mao. "Isso torna difícil para a China participar da reunião." O Ministério das Relações Exteriores não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a acusação de Zelensky.