2021: rendimento domiciliar per capita na Bahia teve a 2ª maior queda do Brasil

Valor ficou em R$ 843

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  • Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 13:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Agência Brasil

De 2020 para 2021, o rendimento domiciliar per capita médio dos baianos  (soma dos rendimentos de todas as fontes de cada morador do domicílio dividida pelo total de moradores) caiu R$122, saindo de R$ 965 para R$ 843 (-12,6%). É isto que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira (24) pelo IBGE. O resultado foi o segundo pior do país. 

Vale ressaltar que a queda desconsidera a inflação do período, ou seja, é uma queda nominal. Em termos percentuais, apenas o Ceará teve pior resultado que a Bahia, alcançando uma redução de -14,3%. Já em termos absolutos, a Bahia fica com a terceira maior queda, atrás do Ceará (- R$ 147) e de Rondônia (- R$ 146). 

No Brasil como um todo, a renda domiciliar per capita média também teve uma queda nominal (-0,9%) frente a 2020, quando havia sido de R$ 1.380. O novo valor para 2021 foi de R$ 1.367. De 2020 para 2021, 16 das 27 unidades da Federação seguiram o país como um todo e tiveram recuo nominal da renda domiciliar per capita média. 

Com o resultado de 2021, a Bahia caiu quatro posições no ranking nacional do indicador de rendimento domiciliar, indo do 18º lugar em 2020 para o 22º no ano passado. Maranhão (R$ 635), Alagoas (R$ 777) e Amazonas (R$ 800) se mantiveram com os menores rendimentos domiciliares per capita do país em 2021. A Bahia também caiu uma posição no ranking do rendimento domiciliar per capita no Nordeste, de quarto para quinto maior dentre os nove estados da região. (Confira o ranking completo no final da reportagem). 

No ano passado, o rendimento médio domiciliar per capita baiano (R$ 843) se manteve bem abaixo (-23,4%) do salário mínimo vigente (R$ 1.100), quebrando a trajetória de diminuição dessa distância que vinha ocorrendo nos anos anteriores. Também houve o aumento da diferença entre a renda domiciliar per capita média baiana e a brasileira, de -30,1% em 2020 para -38,3% em 2021. 

Rendimento médio

Sem dividir a renda per capita, o rendimento médio real dos trabalhadores baianos caiu 12,4% entre 2020 e 2021 e foi o mais baixo em 9 anos (R$ 1.661). O movimento de redução do rendimento médio na Bahia se explica principalmente pelo aumento do número de trabalhadores informais, que normalmente têm as remunerações mais baixas, mas também tem a inflação como importante contribuição. Entre 2020 e 2021, o rendimento real do trabalho caiu em quase todos os estados brasileiros, à exceção de Tocantins. 

"A economia baiana é caracterizada por ser uma economia de serviços. Mais de 68% da produção interna da Bahia vem de atividades econômicas ligadas ao setor de serviços. Muitas dessas atividades são exercidas por trabalhadores autônomos ou informais, que a remuneração é, em média, mais baixa que a de trabalhadores formais. Os resultados recentes da PNAD Contínua mostram que a Bahia ainda não conseguiu reorganizar as suas principais atividades econômicas prejudicadas pela Pandemia do Coronavírus, afetando, principalmente a classe mais vulnerável de trabalhadores do mercado", destaca Rafael Sales, consultor econômico da Arazul Capital.

Ranking do rendimento médio domiciliar per capita de 2021:  

Brasil - R$ 1.367 Distrito Federal - R$ 2.513 São Paulo - R$ 1.836 Rio Grande do Sul - R$ 1.787 Rio de Janeiro - R$ 1.724 Santa Catarina - R$ 1.718 Paraná - R$ 1.541 Mato Grosso do Sul - R$ 1.471 Mato Grosso - R$ 1.362 Minas Gerais - R$ 1.325 Espírito Santo - R$ 1.295 Goiás - R$ 1.276 Rio Grande do Norte - R$ 1.109 Roraima - R$ 1.046 Tocantins - R$ 1.028 Rondônia - R$ 1.023 Sergipe - R$ 929 Acre - R$ 888 Ceará - R$ 881 Paraíba - R$ 876 Amapá - R$ 855 Pará - R$ 847 Bahia - 843 Piauí - R$ 837 Pernambuco - R$ 829 Amazonas - R$ 800 Alagoas - R$ 777 Maranhão - R$ 635