24 anos após crime, ex é condenado pela morte de Gabriela Chermont

Caso foi no Espírito Santo e teve três júris adiados; ela foi jogada do 12º andar

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  • Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 15:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

(Foto: Reprodução) O empresário Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg foi condenado na noite da quinta-feira (12) a 23 anos e três meses de prisão pela morte da ex-namorada, Gabriela Chermont, em Vitória (ES). O caso demorou 24 anos para ser julgado - o júri popular foi adiado nove vezes.

Luiz Cláudio era acusado de ter jogado a vítima da sacada do 12º andar de um apart hotel na capital capixaba. Ele saiu preso do Fórum Criminal de Vitória, após três dias de julgamento, diz o Uol. Até então, ele aguardava a decisão em liberdade.

O advogado da família da vítima, Cristiano Medina da Rocha, disse que no julgamento conseguiram afastar a hipótese de suicídio, defendida pela defesa do réu. "Provamos que haviam lesões no braço direito, fraturas nos dentes e na face que foram cometidas antes da queda. Ou seja, foi provado que ela foi torturada antes de ser arremessada", disse ao Uol.

Ele diz também que na sentença o juiz reconheceu a falha da Justiça por demorar tanto para chegar ao momento do julgamento. "O próprio magistrado disse que foi uma falha do Poder Judiciário e da Polícia Civil por demorar tanto tempo para conseguir as provas necessárias para julgar o caso. Para se ter uma ideia, tivemos que recorrer à perícia de Brasília, pois a perícia local materializou a tese do réu. A própria perita do Espírito Santo afirmou no julgamento que não considerou a queda pela janela de outro cômodo — o que é um absurdo. Ela periciou com base no que o réu tinha dito", critica.

Relembre Gabriela tinha 19 anos quando morreu, em 21 de setembro de 1996, na queda do 12º andar do Apart Hotel La Residence, na Mata da Praia. O ex dela, Luiz Cláudio, foi imediatamente considerado suspeito, mas afirmava que a jovem havia se matado.

A investigação mostrou que o casal terminou e Gabriela estava em uma nova relação. Luiz Claudio não gostou de saber disso e passou a telefonar insistentemente para ela. Ele conseguiu que ela aceitasse se encontrar com ele na noite do dia 20 de setembro de 1996. 

Testemunhas contaram que os dois foram para um bar e depois para o apart, onde se hospedaram. Ele conta que eles fizeram sexo, o que é contestado pela família da vítima, que aponta para as lesões que indicam agressões sofridas por Gabriela. Ela tinha dentes quebrados e escoriações na lombar. Depois, foi arrastada e jogada da sacada.

Luiz Cláudio usou cocaína na noite, segundo exame toxicológico - na época, ele afirmava ter bebido apenas cerveja.