Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Maryanna Nascimento
Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 04:00
- Atualizado há 2 anos
José Nilo Meira, do Sebrae-BA, dá dicas para empresa dar certo (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)Apesar de na última década o número de empresas baianas fechadas com até 2 anos de atividade ter diminuído, estima-se que 25% delas - uma em cada quatro - ainda fechem as portas nesse espaço de tempo, de acordo com o último levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Para sobreviver, especialmente em momentos de crise econômica, é necessário muito estudo, capacitação e faro para oportunidades.>
Segundo José Nilo Meira, gerente da unidade de acesso a mercado do Sebrae na Bahia, a principal causa da morte das empresas é a má definição do modelo de negócios. “Quando não se define bem o público alvo, não se sabe o que vai comprar, ou como abordar o cliente e não se dimensiona bem as necessidades financeiras, o negócio terá dificuldade em seguir”, afirma.ProblemasVinícius de Souza, 28, era recém-formado em economia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) quando abriu uma distribuidora de produtos de alimento e de higiene, em 2015. Nove meses depois, a saída foi fechar as portas. “A faculdade geralmente trabalha com teorias. Você se forma, pega o diploma e tenta colocar em prática. Quando você abre a empresa, você se depara com problemas que nunca viu”, diz. Segundo Vinícius, o motivo da empresa ter falido foi começar o negócio com um capital curto. “Capital de giro é como respiração. Quanto menos dinheiro, mais falta fôlego e aí já era”, compara. O segredo para não se fechar as portas tão rápido é estudar o negócio a fundo, se capacitar e contar com a ajuda de órgãos de consultoria e fomento. “O empresário pode visitar empresas se colocando como consumidor e ver as falhas que existem para tentar supri-las”, diz Nilo, do Sebrae. Caso o negócio não vá para frente, “é importante que os erros sejam revistos para que se possa aprender com a lição”, completa o especialista. Vinícius seguiu essa orientação depois da falência da sua empresa. “Aprendi com os erros e já estou planejando abrir um novo negócio. Além disso, acabei me tornando consultor avulso de marketing”, diz.>
Lista de problemas mais frequentes e suas soluções>
Má definição do modelo de negócio >
É preciso definir com clareza qual o negócio em que vai investir. Para isso, é necessário estudo. É essencial saber quem é o cliente, o que deve ser feito para atingi-lo, ter conhecimento da sua mercadoria e ter controle sobre as finanças.>
Dimensionamento inadequados das necessidades financeiras da empresa >
É importante que se dimensione as necessidades financeiras do negócio para saber quanto se deve investir e se ter uma noção de quando esse dinheiro retornará à empresa como lucro.>
Escolha errada das fontes de financiamento>
É comum que o investidor pegue financiamentos com curto prazo para investir em algo que só dá resultado a longo tempo. Nesse caso, é importante ter consciência da maturação do negócio para saber qual a melhor fonte de financiamento.>
Localização inadequada>
Para que o ponto da empresa seja adequado, é relevante que seja feito um estudo de localização e de mercado.>
Falta de estudo de mercado>
Só se deve escolher em que tipo de negócio investir após saber se existe uma demanda por aquele tipo de produto no local desejado, por meio de um estudo de mercado.>
Desconhecimento >
de aspectos legais É importante averiguar com antecedência se o local e os produtos escolhidos para o negócio estão dentro da lei.>
Má escolha de sócios>
A sociedade precisa de uma boa sinergia entre os parceiros. Se ela não existe, provavelmente o negócio terminará devido às desavenças entre eles. É preciso ter cautela na hora de escolher quem será o seu sócio.>
Subavaliação de problemas técnicos >
É essencial dominar a tecnologia que o negócio requer antes de investir.>