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Hugo Brito
Publicado em 22 de abril de 2022 às 12:16
Esse é o volume aproximado de lixo tecnológico que o mundo produz por ano, segundo dados do relatório Global E-Waste Monitor, feito por entidades como a Universidade das Nações Unidas e pela Associação Internacional de Lixo Sólido. São anualmente cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico, sendo gerados na sua maior parte nos países ricos. Na Noruega, por exemplo, cada pessoa gera 28 quilos e meio de lixo eletrônico por ano e nos Estados Unidos são cerca de 21 kg por pessoa. Já cada brasileiro descarta por ano em média aproximadamente 10 quilos de materiais que vão desde baterias comuns até celulares, computadores, monitores, etc. A legislação para regular assuntos ambientais caminha a passos de tartaruga em todo o mundo, e no Brasil não poderia ser diferente. >
Brasil e o lixo tecnológico>
Por aqui a politica nacional de resíduos sólidos foi criada em 2010 e, apenas esse ano, o governo federal publicou o plano nacional de resíduos sólidos, que no seu capítulo sobre lixo eletrônico prevê que até 2025 existam pelo menos 5.000 pontos de entrega, para que a população possa descartar de forma adequada os resíduos tecnológicos, que entrarão na chamada logística reversa, com desmontagem e reciclagem do que for possível por parte dos próprios fabricantes e descarte correto do que não tiver como ser reaproveitado. Mas como é bem capaz de todo esse processo de logística reversa demorar a ser implementado, não podemos ficar parados não é mesmo? >
Fazendo nossa parte>
Na hora de jogar fora o celular velho vale a pena ir até a loja de uma operadora ou então em uma loja de departamentos onde geralmente existem, ainda que de forma meio escondida, caixas para descarte desses materiais. Um outro hábito que pode ajudar a reduzir a poluição causada pelo líquido que existe dentro das baterias, como as que usamos nos controle remotos de nossas casas, é bem simples. Que tal separar uma sacolinha para juntar as pilhas usadas e, quando formos ao shopping, descartar esse lixo em caixas específicas, que geralmente estão disponíveis por lá? Acho que não custa nada não é mesmo? Para coisas maiores como monitores, maquinas de lavar pifadas, etc, que tal procurar ecopontos, como os mantidos pelo município aqui em Salvador nos bairros do Itaigara e Itapoan, em vez de descartar em qualquer lugar? Outra opção é acessar o site da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos no endereço abree.org.br. Lá você coloca o CEP de onde mora e o tipo de equipamento que vai descartar e tem acesso a uma lista de locais para jogar fora aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos da forma correta, inclusive com entidades que podem ir pegar o lixo na sua casa.>
Telefone "As a Service”>
Seguindo nessa mesma linha de poluir menos, existe ainda uma outra forma de reduzir a geração de lixo tecnológico, e ela passa por uma mudança de mentalidade. Será que é preciso comprar um celular novo toda hora, por exemplo? Outro dia comentei aqui na coluna movimentos na União Europeia que garantirão o direito de consertar os aparelhos, que passam inclusive por obrigar os fabricantes a criar modelos de celulares que permitam trocar as baterias de forma prática. Com a mesma ideia de dar mais vida aos telefones celulares e, assim, gerar menos lixo, aqui no Brasil uma startup, a Leapfone, propõe uma outra mudança de paradigma. Em vez de comprar ela oferece o chamado “Telefone As a Service”, ou seja, telefone como um serviço e não um bem, uma posse. A empresa propõe que o usuário alugue o aparelho em um sistema que segue a linha crescente de pensamento de diversos setores, e que prega que em vez de posse, necessidades como mobilidade e moradia evoluam para um relacionamento de prestação de serviços. Na plataforma é possível que cada pessoa escolha apenas um aparelho, que pode ser novo ou semi-novo, e pague uma mensalidade por ele. Depois de 30 meses com o mesmo aparelho, é possível comprá-lo ou devolver e ter desconto na nova assinatura. Os aparelhos quebrados ou roubados são reparados ou substituídos sem custo adicional. Se quiser saber mais acesse leapfone.com.br.>