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Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2021 às 05:32
- Atualizado há um ano
O processo educativo na Rede Apae vem ganhando a cada dia contornos propícios ao empoderamento e autogestão, haja vista a mudança ocorrida na visão dos profissionais e da própria sociedade sobre a pessoa com deficiência, fortalecendo o paradigma do empowerment, ou seja, empoderamento. Além dessa nova visão, a educação apaeana ressignificada, contribuiu para pensar os novos arranjos institucionais do movimento.
Há duas décadas, a Rede Apae iniciou seu Programa de Autogestão e Autodefensoria, uma iniciativa importante dentro do movimento que tem como finalidade contribuir para o desenvolvimento da pessoa com deficiência intelectual e múltipla frente a sua realidade, ampliando sua possibilidade de atuar, influenciando o cotidiano de sua família, da comunidade e da sociedade, tornando-a um agente transformador (Fenapaes, 2015).
No Brasil, o movimento de autodefensoria iniciou em agosto de 1986, no 9° Congresso Mundial da Liga Internacional das Associações para Deficiência Mental no Rio de Janeiro, que fomentou para 2001 o 1° Fórum Nacional de Autodefensoria, realizado junto ao 20° Congresso da Federação Nacional das Apaes, na cidade de Fortaleza (CE), cujo tema Apaes e o Novo Milênio: passaporte para cidadania marcou a história desse novo espaço institucional dentro do movimento, para inserção dos autodefensores.
Autogestão significa conquista e exercício da autonomia e antecede a autodefensoria, que é a participação na tomada de decisões do cotidiano às politicas publicas. Na Bahia, o programa tem se estruturado ao longo dos anos, favorecendo e incentivando a participação mais ativa e democrática da pessoa com deficiência intelectual e múltipla com a presença em reuniões, eventos, conselhos municipais e espaços de discussão política. A voz da pessoa com deficiência a cada dia ganha mais espaço e compreensão, sai da invisibilidade e expressa desejos encontrando escuta adequada e olhar inclusivo da sociedade.
A pandemia limitou as atividades de educação e autogestão na Bahia e em todo o Brasil, o que não impediu o acesso e o uso das redes sociais para a continuidade das propostas. São vários os espaços virtuais criados pelos assistidos das Apaes baianas para continuar afirmando seus direitos e lugar de fala. Ao longo dos 60 anos de educação e 20 anos de autodefensoria da rede Apae, temos trabalhado de forma incansável, pessoas com deficiência, famílias e profissionais, dentro da máxima “nada sobre nós, sem nós”, oportunizando a conquista de espaços, atenuação de barreiras, lado a lado da pessoa com deficiência, na convicção de que ela pode e deve se tornar autora e protagonista de sua própria história.
Kátia Leite é coordenadora de Educação e Ação Pedagógica da Federação das Apaes do Estado da Bahia (Feapaes-BA)