A final da Libertadores (e do mundo) que o mundo todo quis ver

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  • Clara Albuquerque

Publicado em 13 de novembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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No fim de semana, tivemos um clássico de rivalidade absurda. Uma partida que valia muito mais do que os pontos garantidos no placar. Um daqueles jogos que vira assunto da semana. Um empate por 2x2 noticiado em todo o mundo. Sim, no mundo todo. Porque, infelizmente, não estamos falando do Ba-Vi, mas sim do jogo de ida da decisão da Copa Libertadores, entre Boca Juniors e River Plate.

A final do século, a final do fim do mundo, a final de sempre. Foram muitos os termos utilizados, em todos os cantos do planeta, para a decisão entre os dois clubes argentinos. Confesso, nunca tinha visto, aqui na Europa, um interesse e um espaço tão grande para uma partida entre dois times não europeus. Na Espanha, por exemplo, a rivalidade de 110 anos foi a capa do jornal Marca de sábado. Na Itália, a Gazzetta dello Sport dedicou uma sessão específica ao clássico, no seu site, durante toda a semana que antecedeu o confronto. Além disso, cansei de ver jornalistas e torcedores europeus falando sobre o assunto, em suas redes sociais, com uma expectativa enorme e rara, quando se trata de futebol fora da Europa.

Com o melhor futebol jogado no mundo, os principais campeonatos, os maiores craques, os investimentos milionários e tudo o mais, é preciso ter algo muito especial para fazer brilhar os olhos de quem está por aqui. O encontro entre Boca e River não era aguardado pelo nível técnico em campo, muito menos pelo prêmio financeiro em jogo. Em campo, os destaques dos dois times dificilmente teriam titularidade garantida nos principais clubes europeus. Fora dele, conquistar a Libertadores (somando todo o percurso) vale cerca de R$ 40 milhões, enquanto o Real Madrid, vencedor da última edição da Champions League, por exemplo, levou cerca de R$ 230 milhões em premiações. Existe um abismo em diversos sentidos.

Apesar disso tudo, essa final de Libertadores tem uma magia que nem o mais frio europeu consegue ignorar. Se não podem competir com Barcelona, Juventus, Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester City e outros clubes europeus em tantos sentidos, no plano emocional, que faz a paixão pelo futebol se tornar o centro do mundo, Boca e River ainda podem vencer. Futebol é tanta coisa, mas, no fim, ele é tanta coisa pelo que nos faz sentir. E isso é o que não falta ao superclássico argentino. E é preciso saber reconhecer e aproveitar isso.

Às claras A Seleção Brasileira joga, na próxima sexta-feira (16), diante do Uruguai, e no dia 20 enfrenta Camarões. São até amistosos interessantes, especialmente o Uruguai. Entre os convocados, o teste que gera maior expectativa é o de Allan, volante do Napoli, que finalmente ganhou uma chance com Tite. Na Itália, a não convocação dele era vista como uma aberração e muita gente já cogitava que um convite da seleção italiana chegaria em breve para o jogador. 

Pelas opções no meio-campo, em especial depois do corte de Casemiro, o ex-jogador do Vasco deve ganhar minutos. Uma dupla de volantes com Allan e Arthur (cada vez mais seguro no Barcelona) num 4-2-3-1, por exemplo, seria uma ótima experiência.

*Clara Albuquerque é jornalista e correspondente na Europa