A irritação de Wagner, a bronca da base com Rui e as investidas sobre o PDT 

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  • Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2022 às 11:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Galego vermelho 

Quem conhece a postura calma do senador Jaques Wagner (PT) estranhou a subida de tom do político nos últimos dias, atacando publicamente antigos aliados, o que gerou nos bastidores um questionamento: o que está deixando o senador petista tão irritado? Observadores da cena política acreditam que a razão para a irritação é que "o bicho está ficando feio para o grupo do PT" devido a uma já iniciada "debandada" do grupo do senador para o lado de ACM Neto, além da questão de que Wagner não decola nas pesquisas de intenção de votos.  

Base ressentida 

Fontes governistas dizem também que Wagner tem encontrado dificuldades no diálogo com parlamentares e lideranças da base aliada. O motivo da resistência é o "tratamento ríspido" dado pelo governador Rui Costa (PT) aos aliados nos últimos anos. "O fato é que Rui sempre maltratou a base, e isso deixou muitos magoados. Alguns casos são irreversíveis", confidenciou um deputado em conversa com a coluna.  

Quem fala o que quer… 

Por falar em Wagner, gerou reações a declaração do senador de que o PDT "só ganhou embarrigamento" na base de Neto. O presidente estadual do PDT, o deputado Félix Mendonça Jr, disse não ter sido procurado por Wagner para conversar e até ironizou: "Eu não sei por que Wagner está tão preocupado com a composição da chapa adversária". Disse ainda que está "conversando em alto nível" com ACM Neto e que o ex-prefeito da capital até firmou dois compromissos programáticos com o partido: melhorar a educação e tolerância zero com a violência.  

A porta da rua… 

O deputado estadual Roberto Carlos viu cair por terra seu sonho de levar o PDT de volta à base petista no estado. Em jogo combinado com integrantes do Palácio de Ondina, o parlamentar intensificou conversas, inclusive com a executiva nacional do PDT, para tentar retomar a aliança e, inclusive, demonstrou preocupação com cargos que tem no governo do estado. Contudo, ouviu de caciques pedetistas nacionais o mesmo que já tinha ouvido de estaduais: a sigla está alinhada a ACM Neto no estado e, caso o deputado não esteja interessado no apoio ao ex-prefeito de Salvador, deve procurar outro partido. Em outras palavras: a porta da rua é serventia da casa.  

Diálogo 

O presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, vem à Bahia em fevereiro. Além de conversar com integrantes do partido no estado, na pauta interna da legenda está o planejamento para as eleições deste ano. Luppi deve ter encontro também com o pré-candidato ao governo ACM Neto.  

Pauta presidencial 

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, vai levar a pesquisa interna feita na Bahia ao presidente Jair Bolsonaro. O levantamento mostra ACM Neto com mais de 30 pontos de vantagem sobre o senador Jaques Wagner e uma pontuação considerada desapontante do ministro da Cidadania, João Roma. Integrantes do partido na Bahia querem que a legenda libere seus filiados para marcharem com quem quiserem para o governo do estado, mantendo o apoio nacional à reeleição do presidente.  

O fantasma parte I 

O fantasma do preço dos combustíveis voltou a assombrar o governador Rui Costa ontem com o debate em torno do congelamento do ICMS. A Bahia acabou aderindo à medida, mas, antes, Rui não assinou o documento apoiado por 21 governadores para manter o congelamento do tributo. Rui chamou a medida de "quase irracional". Era o que faltava para o governador receber uma chuva de críticas e ser cobrado por sua "parcela de contribuição" para reduzir o valor dos combustíveis.  

O fantasma parte II 

A paralisação dos policiais civis gerou preocupação no Palácio de Ondina. A avaliação é que a insatisfação da categoria possa chegar a outros profissionais da segurança pública, que recorrentemente cobram valorização dos salários e melhores condições de trabalho. O temor, dizem fontes da coluna, é que manifestações de profissionais da área, ainda que não gerem greve, possam expor e colocar em debate "problemas delicados" da segurança na Bahia. 

Dedo na ferida 

A segurança pública, vale destacar, é um dos calcanhares de Aquiles dos governos do PT no estado. Embora os governos petistas culpem questões nacionais ou sociais, o fato é que a Bahia tem liderado, há anos, o ranking de homicídios e viu, durante as gestões petistas, a taxa de mortes violentas dobrar.  

Expectativa nas CPIs 

A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) volta aos trabalhos na semana que vem e deve retomar os debates em torno de duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs): da Coelba e dos respiradores. A primeira, já aprovada, enfrenta um imbróglio em torno de sua composição. A segunda está em fase de colheita de assinaturas e, segundo fontes da oposição, deve chegar aos 21 apoios necessários. 

A coluna Alô Alô Política é publicada às sextas, sempre ao meio dia, nos portais CORREIO e Alô Alô Bahia. Também pode ser conferida através do endereço www.aloalopolitica.com e do Instagram @aloalopolitica.   Foto: Divulgação.