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Esther Morais
Publicado em 5 de julho de 2025 às 13:00
Levar o celular para o banheiro é um hábito comum, seja para responder mensagens, assistir vídeos ou apenas passar o tempo. Mas, segundo especialistas, essa prática pode representar um sério risco à saúde. >
De acordo com o infectologista Robson Reis, os riscos podem ser infecciosos ou não. “Quando levamos o celular para o banheiro, a tendência é ficar mais tempo do que o necessário, o que, além da exposição a germes, também prejudica a ergonomia e aumenta os casos de problemas musculares, dores na coluna, doenças intestinais e hemorroidárias”, explica.>
Outro problema é que, mesmo que a pessoa lave bem as mãos após usar o banheiro, o celular permanece contaminado. “O aparelho vira uma fonte constante de recontaminação. Se alguém com uma infecção intestinal, por exemplo, usou o banheiro antes, o ambiente pode estar cheio de partículas virais e bacterianas em suspensão. O celular entra em contato com essas superfícies e carrega tudo para fora”, acrescenta.>
Entre os agentes infecciosos mais comuns encontrados em banheiros estão as bactérias, os vírus e os protozoários. Entre elas, destacam-se a Escherichia coli, Salmonella e Pseudomonas. Esses micro-organismos são comumente transmitidos por contato com superfícies contaminadas - e o celular, por ser um objeto que toca diversas áreas do corpo, pode agir como um vetor de doenças.>
Além disso, banheiros com alta circulação de pessoas - como os públicos ou compartilhados por muitos moradores - são ainda mais perigosos. “A simples descarga do vaso sanitário pode liberar partículas de fezes e urina no ar, que se depositam em superfícies próximas. Isso aumenta o risco de contaminação de objetos como o celular, principalmente se ele estiver em cima da pia, do vaso ou mesmo no chão”, afirma o médico.>
A principal recomendação dos especialistas é evitar levar o celular ao banheiro. Mas se isso não for possível, é fundamental fazer a higienização correta do aparelho.>
“Não existe um consenso sobre a frequência ideal, mas o indicado é que a limpeza seja feita de duas a três vezes por semana com álcool isopropílico 70%, que não agride os componentes eletrônicos”, orienta o infectologista. Hoje em dia, existem lenços com esse tipo de álcool vendidos na internet, identificados como ‘álcool suave’ ou ‘para eletrônicos’.>
Segundo o especialista, também é importante lembrar que carregar o celular no bolso ou na bolsa é um comportamento comum e aceitável, mas deixá-lo exposto no banheiro ou manuseá-lo enquanto se usa o vaso sanitário aumenta consideravelmente os riscos.>