A memória registrada é o que fica para a história de um local

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  • Cesar Romero

Publicado em 9 de março de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Obra de Sante Scaldaferri (1928-2016) Costuma-se comentar que o ano realmente só começa depois do Carnaval. É quando se iniciam os eventos de artes visuais, com mais constância. Sabemos todos, que a cultura na Bahia vai mal. Desde a Renascença que o apoio às artes era uma prioridade. Aqui se trata de artes visuais, que vive hoje em desprestígio. Uma classe tão importante, pois registra com eficácia e eficiência o momento presente, construção de novos tempos, de uma cultura que se firma como um novo ideal, buscando eliminar as diferenças entre gerações em direção a uma realidade mais humanitária no mundo.

A classe de artistas visuais reclama da falta de espaço para escoamento das produções. Muitos espaços governamentais fecharam, ou não funcionam. As verbas são pequenas e as instalações dos museus e seus acervos precisam de cuidados. O apoio se entenda como espaços funcionando, Salões Oficiais, Bienal, intercâmbio entre profissionais, incentivo à pesquisa com prêmios para os melhores trabalhos, encontros para discutir novos pensamentos e teorias e divulgação dos resultados das pesquisas realizadas. Seminários e congressos.

Quanto aos museus, seus diretores deveriam ser eleitos por votação direta, já que os artistas conhecem o universo onde vivem, não necessita se buscar em outros estados, outros centros de cultura. Para se entender um bom diretor de museus necessita-se de alguns princípios básicos como: saber escrever, ter competência emocional, não priorizar amizades, não priorizar partidos políticos, ser uma pessoa de cultura sedimentada, conhecer artistas e críticos de arte de outros estados para promover intercâmbios, ser ético, ter liderança, ter projetos, ser acessível à comunidade. Cuidar da memória da Bahia, estar aberto ao diálogo, ter clareza do que é ser gestor e facilidade de comunicação. A arte é um longo processo que precisa ser maturado, estabelecendo análises comparativas.

Já que se torna impossível, montar um acervo individual para cada artista falecido, pelo menos deveria caber um Núcleo de Memória da Arte na Bahia com nomes como Carlos Bastos, Riolan Coutinho, Jenner Augusto, Mirabeau Sampaio, Calasans Neto, Mario Cravo Neto, Mario Cravo Junior, Floriano Teixeira, Genaro de Carvalho, Sante Scaldaferri, Carybé, Eckenberger, Rescála, Eliana Kertész, Rubem Valentim, Mestre Didi, Yêdamaria, Babalú, José Maria de Souza, entre outros. Esse Núcleo de Memória deveria ser cuidado por um museólogo de notório saber, que faria um resumo da obra do artista, documentando seu tempo e suas contribuições à arte baiana.

A memória registrada é o que fica para a história da Bahia e do Brasil.