A mentira do treinador de longo prazo precisa acabar

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 2 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Precisamos acabar com o discurso de que as gestões de futebol no Brasil vão ser diferentes, vão ser ‘como na Europa’. É uma falácia. As gestões não podem ser diferentes se, ao sinal de pressão, descambam para o ‘mudança de ares’. Melhor é mesmo dizer que os treinadores viverão, sim, à base de resultados e de metas e esquecer o exemplo praticamente único de Tite no Corinthians em 2011. Naquele ano, o alvinegro foi eliminado na pré-Libertadores pelo inexpressivo Tolima, mas a diretoria do clube manteve o treinador, que acabou campeão brasileiro no mesmo ano, da Libertadores e Mundial em 2012. A cultura no Brasil, infelizmente, é a do resultado e, para que os torcedores mudem a mentalidade, é preciso crer - de verdade - no trabalho do treinador. Engolir sapos, eliminações, pressão e dias turbulentos. Mas a convicção não pode ruir, se existir. No caso do Bahia, houve uma incoerência nesse sentido. Se o trabalho de Enderson Moreira era ‘ótimo’ e dentro da convicção da gestão do presidente Guilherme Bellintani, por que o treinador foi demitido após duas eliminações? Se há certeza do caminho, as desilusões - na grande maioria das vezes - são parte desse caminho até a conquista de grandes títulos. Mas se a avaliação do trabalho do ex-técnico tricolor era baseada em resultados, por que ele não foi demitido após perder em casa para o Sergipe, um time que não ganhou de ninguém? Naquela altura, o Bahia se colocava em situação complicada no estadual e na Copa do Nordeste e havia sido eliminado na Copa Sul-Americana. Não dá para demitir um treinador e afirmar que é por causa dos resultados ruins, mas com a avaliação de que seu trabalho foi ‘ótimo’. É incoerente. Ser bom profissional, se dedicar, gerir bem o grupo são qualidades que independem de desempenho e rendimento. Para se colocar na vanguarda e manter um treinador a longo prazo é preciso estabelecer metas que possam ser alcançadas em diferentes estágios de tempo (meses e anos). Senão, é melhor ser sincero: se não ganhar, vai embora. 

Robson Robson Conceição atropelou o argentino Sergio Estrela no Boxing For You, no último domingo. Se, por um lado, a luta foi contra um adversário de nível muito aquém do que seria importante para o baiano nesse momento, ainda mais almejando uma luta por título mundial em cerca de um ano, por outro, Robson fez o que se esperava quando pega um rival como o argentino: destruir.  O triunfo no 1º round, sem dar chances, é importante, sim, para impressionar e, provavelmente, conseguir entrar nos rankings mundiais.

Surfe Começa hoje o Mundial de Surfe. Ou melhor, abre-se a janela na Austrália. A evolução de Medina em 2018, que culminou com seu bicampeonato, passou muito por se manter competitivo o ano todo, sem perder o foco.  Os adversários de 2019 são quase os mesmos. Pra ele, Ítalo e Filipinho, os três brasileiros com mais chances, com Mineirinho pouco abaixo. A grande diferença é que John John Florence está de volta. Só precisamos saber em quais condições o bicampeão 2016/2017 vai estar.

*Ivan Dias Marques é subeditor do Esporte e escreve às terças-feiras