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Da Redação
Publicado em 11 de março de 2021 às 05:28
- Atualizado há um ano
Como falar da mulher publicitária sem pensar em todas as mulheres que inspiraram e inspiram a publicidade. Como falar, sem lembrar do machismo que fez dela “deusa” na publicidade e “escrava” no privado e gerou o crescimento da violência contra a mulher e o feminicídio. Os egípcios, desde a Antiguidade, mandavam mensagens em papiros. Hoje, a Lei 12.232, diz que é o “conjunto de atividades …que tenham por objetivo estudo, planejamento, conceituação, concepção, criação, a execução interna…e a distribuição de publicidade aos veículos, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza...”
A história da propaganda brasileira vem desde 1800. Criou-se o jornal Correio Braziliense (1808). Depois, vieram o rádio (1922), outdoor (1936) e TV (1950). A TV revolucionou a publicidade. Ligada à cultura e à sociedade, nasceu reproduzindo uma visão patriarcal e escravista na terra brasilis. A publicidade também influenciou estilos de vida. A mulher foi usada na propaganda brasileira como objeto - mulher violão, de curvas acentuadas e “derrière” avantajado. Chegando da França, trabalhava numa grande agência, onde percebi que as mulheres não ocupavam funções de chefia, nem de gestoras, salvo raras exceções. Era a década de 80 e as mulheres não estavam na Criação, área mais valorizada da Agência. A Bahia vivia sua década de ouro na criatividade. Todos os grandes nomes da propaganda eram homens. O cenário do país era efervescente. Tancredo, eleito pelo voto indireto (1985), faleceu e Sarney o substituiu. Tive meu segundo filho, Vítor, em maio. Surgiu a Constituição Cidadã (1988). A década de 90 começou com a criação do Curso de Publicidade e Propaganda (1991), na Ucsal. Um mercado de agências povoado por jornalistas, arquitetos, escritores e até corretores viu surgir uma nova geração de publicitários, vindos do curso universitário de propaganda. Mulheres, numerosas nesse curso, foram assumindo posições no Atendimento e Produção. Tivemos o Plano Collor, que bloqueou nosso dinheiro. E tudo acabou em Impeachment.
De 1995 a 2018, foram 2 mandatos de FHC e 2 de Lula, Dilma, Impeachment e Temer. Foram 23 anos, muita coisa mudou no país e na publicidade. O digital foi se consolidando, os canais de comunicação se multiplicando, as redes sociais se diversificando e as campanhas publicitárias fragmentando-se como peças de um quebra-cabeças. Nesse cenário, as mulheres também mudaram. Qualificaram-se, destacaram-se e passaram a ocupar todas as áreas: Criação, Planejamento, Mídia, Digital, Gestão Geral de Agência e todas as áreas do marketing ligadas à publicidade. A mulher publicitária quebrou todas as barreiras e não conhece mais fronteiras. Só falta igualar sua remuneração à dos homens.
Vera Rocha Dauster é Presidente do Sinapro-Bahia e CEO da Rocha Comunicação