A picape preferida

Versão Freedom é a melhor opção entre as Fiat Toro com motorização turbodiesel

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  • Antônio Meira Jr.

Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 15:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos de Marina Silva

A vocação da Bahia para o agronegócio faz com que as picapes se destaquem no ranking de vendas. No acumulado do ano, de janeiro até novembro o Chevrolet Onix é o líder com 6.522 emplacamentos, seguido pelo Ford Ka (4.437), até aí seguindo a ordem da média nacional. Mas na terceira posição vem uma picape, a Fiat Toro, com 3.767 unidades licenciadas. O modelo, produzido em Pernambuco, se destaca também no segmento de comerciais leves, que lidera, deixando a Strada, outra picape da Fiat, em segundo lugar (3.506) e a Toyota Hilux (1.727) em terceiro.

No mercado estadual o perfil do consumidor é diferente da média nacional. Enquanto 54,1% dos consumidores brasileiros compram a Toro movida a diesel, na Bahia, esse percentual sobe para 63,9%. No total, a Fiat oferece nove versões dessa picape, que é feita em um monobloco e utiliza a mesma plataforma dos Jeep Renegade e Compass - as picapes médias, como Chevrolet S10 e Volkswagen Amarok são montadas sobre um chassis, que oferece mais resistência. O para-brisas muito inclinado atrapalha o acesso de pessoas mais altas aos bancos dianteiros Alguns fatores explicam a popularidade da picape, que vão além da vocação agropecuária estadual. A estética agrada, a variedade de versões ajuda na adequação a diferentes perfis e a falta de um SUV no portfólio da Fiat no mercado brasileiro. A empresa, que atualmente ocupa a terceira posição em participação de mercado no país, não participa em um dos segmentos que mais crescem, o de utilitários esportivos compactos. Dessa forma, onde não consegue atuar com a marca Jeep (que faz parte do mesmo grupo), o consumidor tem como opção a Toro. Isso acontece, inclusive, em cidades pequenas e médias da Bahia, onde a oferta de SUVs de marcas como Honda, Hyundai, Nissan, Renault é menor.

Preferência baiana Como o consumidor da Bahia dá preferência à opção diesel, escolhemos a Freedom para avaliar. Entendemos essa versão como o melhor custo/benefício. Nessa configuração do utilitário, denominado pela marca como Sport Utility Pick-up (SUP), são 20,2 centímetros de altura livre do solo, o que facilita o trânsito em diferentes tipos de piso. Além disso, conta com a tração 4x4, que é acionada por um seletor do console central. Entre os equipamentos de série nesta versão se destacam a nova central multimídia de 7 polegadas, o ar-condicionado de duas zonas, o sensor de estacionamento, que trabalha em conjunto com a câmera traseira, e a capota marítima. 

Em qualquer situação, o motor 2 litros turbodiesel, o mesmo utilizado nos Jeep Renegade e Compass, atuou bem. Ele tem potência máxima de 170 cv, a 3.750 rpm, e seu torque máximo (de 35,7 kgfm) aparece logo depois da marcha lenta, a apenas 1.750 rpm. O câmbio automático é de nove velocidades, fornecido pela ZF, ele é utilizado nos Jeep e também em modelos da Land Rover, como o  Discovery Sport. No trânsito de Salvador o consumo médio de diesel foi de 8,9 km/l e na estrada, com velocidade cruzeiro de 110 km/h a média foi de 12,5 km/l. O acabamento em couro é opcional para a versão avaliada, a Freedom As suspensões, do tipo McPherson na dianteira e multibraço atrás, mantêm a carroceria firme o tempo todo, sob o controle do motorista. Mas é bom lembrar que a Toro é uma picape intermediária - maior que as compactas, como Strada e Volkwagen Saveiro, e menor que as médias. Ela tem 4,94 metros de comprimento, 1,84 m de largura e 2,99 m de distância entre-eixos. Como comparação, uma Toyota Hilux, a mais vendida entre as médias, tem respectivamente, 5,31 m, 1,85 m e 3,09 m.

A direção, que conta com assistência elétrica, tem boas respostas. Mas o diâmetro de giro das versões diesel é de 12,9 m, maior do que o da Hilux (12,4 m), o que complica as manobras em locais com pouco espaço. E o espaço é pouco para acomodação de itens pessoais na cabine, falta um compartimento para acomodação do celular, por exemplo. 

Mercado Com motor diesel, câmbio automático e tração nas quatro rodas a opção mais barata da Toro é a Endurance, que custa a partir de R$ 131.990. A versão Freedom, vem na sequência, oferecida por R$ 143.990. Com o acréscimo da pintura metálica (R$ 2.500) e um kit que inclui revestimento parcial dos bancos em couro e um descansa braços no branco traseiro o preço da unidade avaliada passa para R$ 149.990. Com o mesmo conjunto mecânico e mais equipamentos, a Fiat oferece outras três configurações para a picape: Volcano (R$ 155.990), Ranch (R$ 162.990) e Ultra (R$ 164.990). Na outra ponta da tabela, com motor 1.8 flex, câmbio manual e tração dianteira está a Endurance por R$ 94.990. Essa versão pesa 1.779 kg e pode transportar até 1 tonelada. Em volume, a caçamba da Toro tem capacidade para transportar até 820 litros As revisões das versões diesel devem ser feitas com intervalos de 12 meses ou 20 mil quilômetros. O custo médio dos cinco primeiros serviços programados é de R$ 1.326 cada. A garantia total da picape é de três anos. Por enquanto, há apenas uma concorrente direta para a Toro, a Renault Duster Oroch. No entanto, a Renault só aplica motorização flex ao veículo, que custa entre R$ 66.550 (1.6 Express) e R$ 83.540 (2.0 Dynamique). Mas em breve outros fabricantes vão disputar este mercado, como a Volkswagen, que já apresentou a versão conceitual do seu veículo, a Tarok. A Chevrolet, a Ford e a Hyundai também querem uma fatia deste subsegmento de picapes.