'A PM f*deu a minha vida', diz soldado alvo de homofobia após beijo gay no DF

Henrique Harrison pediu dispensa da corporação

Publicado em 3 de março de 2022 às 19:01

- Atualizado há um ano

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O ex-soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), alvo de ataques homofóbicos por colegas após publicar uma foto beijando o namorado, pediu para ser desligado da corporação. A dispensa, publicada no Diário Oficial do DF (DODF) na quarta-feira (2), foi o pivô para ele publicar livremente nas suas redes sociais: "A PM f*deu minha vida", disse.

Ele continuou: "A PM acabou com tudo de são que eu tenho na minha cabeça, vou ter que me reconstruir e criar um novo eu, porque a corporação me destruiu", contou.

Ele afirma que não podia falar do assunto antes por causa do código penal militar, mas que agora pretende mostrar os abusos que acontecem dentro da corporação.

"Diferente do que a maioria lá fala, eu não estou aqui para virar deputado. Recebi inúmeras propostas pra política, mas não é isso. Não posso falar muito ainda sobre, mas agora, estou bem e agradeço a mensagem de todo mundo".

Henrique Harrison ainda reforçou que o que aconteceu com ele não deve ser motivado para que a comunidade LGBTQUIA+ desista de realizar concursos para a Polícia. "Eu continuo na campanha estudem para o concurso, vamos infestar, ocupar o espaço com pessoas do bem, pra gente ter a polícia que a gente espera ter, pra gente chamar a polícia não com medo dela chegar, mas sabendo do seu papel".

A polêmica começou em janeiro de 2020, quando o soldado foi alvo de ataques homofóbicos dentro da corporação, após publicar uma foto na formatura de praças beijando o namorado. Um áudio atribuído a um coronel da corporação escancara críticas.

“A porção terminal do intestino é deles e eles fazem o que quiserem”, ofendeu o militar. O tenente-coronel da reserva da PMDF Ivon Correa foi condenado a pagar R$ 25 mil em danos morais a Harrison . A decisão foi da 7ª Vara Cível de Brasília.