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Paulo Leandro
Publicado em 28 de julho de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
“Está em qualquer profecia, dos sábios que viram o futuro, dos loucos que escrevem no muro, está em qualquer profecia...” que o time de mulheres do Vitória conquistará a primeira estrela, muito antes dos varões. Assim está escrito e assim será!
Raul e Nostradamus foram clarividentes em suas previsões e eu os acompanho, seguindo seus poderes divinatórios: o Vitória Femens será campeão brasileiro de 2019. Torcida, vamos apoiar as leoas, que estão fazendo das unhas pintadas garras bem afiadas.
O São José é o adversário deste domingo (26), às 15h, no CT Praia do Forte. Pode ser a ideia dar este belo passeio, um ótimo motivo para escolher uma das 145 opções de hospedagem e passar um final de semana de honey-moon: é pra quem pode. Bora lá apoiar as mina, gente!
Sinceramente, não sei onde é o tal CT que fica em outra cidade – Mata do São João - e nem vou procurar saber por que a gigantesca diretoria não abre o Barradão pras mina. Deve ser dispendioso e a troca do acesso por um quilo de feijão não paga o custo. Tá oquei isso daí.
Mas já pararam para pensar quanto capital simbólico o Vitória poderia acumular, ganhando um título brasileiro com seu time de mulheres? Imagem é tudo! Confiram os milhões de $$$ que o futefeminino já movimenta nos países onde vem dando lucro. Viram a Copa?
Só o que precisamos é de investimento, incentivo e administração generosa. O que não falta é talento, basta organizar, com boa divulgação. Sabiam que já tivemos 30 mil torcedores nos jogos de mulheres na Salvador dos anos 1980? Olha aí, Arena, pode dar dindim.
O Vitória está em oitavo lugar: colheu bons resultados, venceu a Ponte Preta por 1x0, empatou com o Flamengo em 2x2 e, no clássico estadual, goleou o São Francisco, nossa equipe top 3 do Brasil, por 4x0.
Eu li no correio24horas.com.br, mais um texto muito bem escrito por Vitor Villar, informando que já são cinco vitórias com essa, destacando a talentosa Joyce, que fez dois gols, além de Fabi e a artilheira Verena, nove bolas na rede neste Brasileiro.
O time que goleou o São Francisco, não sei se vamos repetir hoje, formou com Maryana, Isabela, Rute, Tainara e Bárbara; Bruna, Fabi e Raquel (Rafa); Roqueline (Nayra), Joyce e Verena (Tatyele). O técnico é do sexo masculino, Lucas Grillo.
O Vitória está tão bem no futefeminino que a semeadura para o futuro já vem germinando, com a classificação do time sub-18 para as oitavas de final do Brasileiro, após superar a Chapecoense no saldo de gols.
Para quem não sabe, o Vitória foi um dos raros clubes a desafiar um decreto presidencial que proibia o futefeminino. Formamos um belíssimo time nos anos 1950: o torcedor ia cedo à Fonte Nova para vibrar pelas leoas na preliminar.
Encerro este texto de #tamojunto relembrando os nomes das pioneiras que enfrentaram o patriarcado, até perderem a batalha para os homens da Confederação Brasileira de Desportos, que alegavam ser o corpo feminino inadequado à rudeza do futebol.
As coirmãs eram fieis freguesas daquele glorioso Vitória Femens: Olga, Lurdinha, Lindinalva, Lindaura, Maria Luiza, Volante, Doranita, Grijalva, Nilzão, Eline, Terezinha, Scirley, Reinilda, Laise, Tonha Prego e Lucinha Rezende. Bora, Leoas, ganhar o Brasileiro!
Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.