A psicofobia precisou cair

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  • Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2021 às 05:53

- Atualizado há um ano

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O mundo adoeceu. Quem não contraiu covid, possivelmente sentiu os efeitos da pandemia na saúde mental. Depressão, ansiedade, estresse. Os números assustam e mostram que a 4ª onda da pandemia é avassaladora. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UEFJ), houve um aumento de preocupantes 90% nos casos de depressão durante a quarenta. Em um outro estudo, encomendado pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano. 

Os dados sobre o efeito da pandemia na saúde mental da população vão além: uma pesquisa da ePharma mostra que o volume de medicamentos prescritos contra ansiedade, depressão e insônia cresceu quase 20% nos dois últimos meses de 2020, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Em meio ao caos instalado, entre tantos profissionais da saúde necessários e exaustos, o psicólogo ganhou um destaque especial. Muitas vezes visto como prescindível por uma sociedade que ainda amarga o preconceito do cuidado à saúde mental, o profissional de psicologia se tornou desejado e essencial.

As pessoas precisaram isolar-se; manter-se afastadas de suas redes sociais de apoio, muitas perderam entes queridos, às vezes mais de um, outras perderam emprego e renda, todas viram a sua vida mudar da noite para o dia em razão de um inimigo invisível. Nesse cenário caótico, eis que desponta aquele que é capaz de ouvir atentamente a dor do outro, a angústia, as violências vividas por muitos, fazer a conexão entre pacientes internados proibidos de receber visitas e familiares aflitos, ansiosos por notícias e palavras de conforto, com o propósito de minimizar a solidão, os medos e a tristeza.

Oferecer suporte psicológico em meio a uma guerra não é a mais fácil das tarefas. E esse profissional precisou também se reinventar. Usar tecnologias da comunicação a favor do seu ofício, cuidar da sua saúde mental para não esmorecer em meio a tantas pessoas adoecidas precisando de cuidado. Certamente o teleatendimento veio para ficar e é um caminho sem volta.

O legado de valorização da psicologia que essa catástrofe mundial deixa coloca esse profissional no lugar onde já deveria estar e que talvez levasse muitos anos para atingir. A pandemia expôs sem piedade a necessidade de cuidar da saúde mental. Tenho sorte de ter muitos comigo na luta pela desmistificação desse cuidado e, no dia do psicólogo (27/8), nada mais justo do que homenagear aqueles que fazem do seu ofício instrumento de compreensão, empatia, encorajamento; aqueles que acolhem com sensibilidade as dores humanas. Que todos possam ter acesso a vocês. Bravo!

Vivian Pires, CEO do Espaço Nelson Pires e diretora executiva da Clínica Quíron de saúde mental e da OMNI Neuroestimulação.