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Ivan Dias Marques
Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Ainda restam três jogos para o Bahia e dois para o Vitória até o próximo Ba-Vi, dia 10 de março, mas, no momento, as duas equipes parecem de ressaca pós-Carnaval junto as suas torcidas.
Pelo lado do Leão, a crítica é justa, ainda que o estágio em que a equipe de Marcelo Chamusca se encontra está dentro do previsto para o ano que se espera do rubro-negro. Pouco investimento, jogadores de qualidade duvidosa e problemas de gestão. O que não se calculava era a eliminação bisonha na Copa do Brasil.
O pior de tudo é que, contra a Juazeirense, alguns dos jogadores que terminaram 2018 como titulares e haviam sido relegados ao banco de reservas, voltaram a ser titulares, como é o caso de Léo Gomes e Erick. Junto com Rodrigo Andrade, Léo Ceará e Benítez - e se contarmos Ramon e Ronaldo, que atuaram boa parte do segundo semestre do ano passado -, está lá a base do Vitória versão 2018.2.
No Bahia, o ano também começa mal. A eliminação para uma equipe claramente menos qualificada na Sul–Americana vai pesar no orçamento do clube e, assim, pressiona Enderson Moreira. Com investimento recorde, base mantida e tempo para trabalhar, já que uma segunda equipe vem disputando o estadual, praticamente, o desempenho tricolor deixa, sim, a desejar.
Falta repertório ofensivo e a defesa me parece mais exposta que em 2018. O modelo de jogo de Enderson Moreira necessita de ajustes, algo muito mais fácil de se fazer do que trocar o treinador, ainda mais se a característica de um possível substituto for a mesma. Vai trocar seis por meia dúzia.
A volta de Ramires, a chegada de Arthur Caíke e a recuperação de Yuri podem ajudar o treinador tricolor a ajustar seu sistema, aumentando a compactação e dando maior repertório na quebra de linhas dos adversários.
O Bahia terminou 2018 em alta, com um segundo semestre positivo e recebendo elogios do treinador da Seleção Brasileira. Ou seja, ninguém é mais bobo de encarar o tricolor de forma aberta, principalmente, na Fonte Nova. E para quebrar o ferrolho rival, Enderson vai ter que fazer sair fumaça da sua cabeça.
Machismo O depoimento forte e contundente da saltadora Ingrid Oliveira ao Uol, sobre a forma machista, desumana e cruel como foi tratada nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, após seu relacionamento com o canoísta Pedro Gonçalves, o Pepê, chegou até mim quase que ao mesmo tempo de uma propaganda da Nike que mostrava como os sentimentos, as reações e as tentativas de igualdade por parte das mulheres do esporte são tratados como ‘loucura’. Ambos são fruto de um machismo que ainda opera com força dentro do esporte e na sociedade. A maioria de nós, homens e mulheres foi criada de forma machista. O grande problema é quando a pessoa percebe esse comportamento e não passa a se policiar ou se reinventar para não repetir suas atitudes. Ao trazer seu lado e sua via-crúcis à tona, Ingrid contribui para que as pessoas revejam seus julgamentos, assim como fazem ao assistir à propaganda da Nike. O processo é lento e o machismo não vai diminuir facilmente. Mas é preciso começar e a melhor forma é ouvir e ler.
*Ivan Dias Marques é subeditor e escreve às terças-feiras