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Gabriel Galo
Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 05:00
- Atualizado há um ano
Com o fim de 2020 se aproximando, Bahia e Vitória constroem histórias relativamente parecidas, cada qual em sua divisão. Ambos frequentaram a zona do rebaixamento, conseguiram uma folga, mas veem o desempenho pífio dentro de campo resultar em novo flerte com o grupo dos quatro últimos, numa teimosia em decisões comprovadamente equivocadas.
Aos tropeções, vão se sentindo mais seguros porque os adversários na luta contra a queda parecem merecer ainda mais o desastre, embora a rodada deste fim de semana tenha sido péssima para ambos. Até a virada de um ano atípico, para dizer o mínimo, o Bahia e Vitória jogam mais duas e três vezes, respectivamente, em tabelas complicadas. Seria uma pausa importante para reavaliar os projetos, já que a tendência aponta para baixo.
A eleição recente do Bahia elegeu Guilherme Bellintani para mais um mandato como presidente do clube. Apesar dos 86% aclamados na apuração, Bellintani tem sido muito questionado pelo seu projeto de futebol. Se fora de campo a imagem institucional do Bahia vive seu pico, dentro de campo o time não rende.
A gestão apostou em nomes de relevância no futebol como Mano Menezes, Rodriguinho e Elias, mas estes parecem viver apenas de fama. Nessa linha, alterações pontuais podem ser fundamentais na recuperação. Um caminho pode ser o afastamento de medalhões sem condições físicas de impor o estilo de jogo histórico de verticalidade que sempre o caracterizou
No Vitória, apesar de não ter havido eleições, a bagunça administrativa é a tônica de um ambiente sempre em conflito. Alexi Portela e Paulo Carneiro estão às voltas com o que aparenta ser uma disputa por poder. E o destempero dos pretensos gestores são levados diretamente ao campo de jogo, além dos infelizmente tradicionais ataques diretos à torcida, afastando-a ainda mais da equipe. Ao mesmo tempo, num movimento inexplicável a não ser pela arrogância de quem se julga infalível, Mazola Jr assume o cargo e o avanço visto na breve passagem de Rodrigo Chagas como cabeça da comissão técnica foi por água abaixo.
O caso, portanto, é significativamente mais grave. A certeza que empaca o clube no atraso, involuindo passos largos, vem justamente de quem manda. Não há como se alterar peças pontualmente quando o problema é exatamente o dono da caneta. Daí o apelo a soluções esdrúxulas como a desta semana, quando o Vitória imitou o Flamengo e anunciou a sua versão de senhor Waldemar.
Para ambos, jogo a jogo despedaçam-se as ilusões de cada nação. Jogo a jogo a desconfiança aumenta. Jogo a jogo vai se assimilando que o destino pode ser nebuloso. Diante da dor que se aproxima, mesmo que não se concretize, há de se preparar para o baque. Pobres, torcedores.
A diferença entre teimosia e resiliência é meramente o resultado final. No momento, Bahia e Vitória estão insistindo na teimosia, redobrando a aposta em trabalhos pífios. De fato, temos dados inquestionáveis: ambos os projetos deram errado de forma assustadora. Mudar é mandatório. Por isso, seja como for, as peças que atrapalham o andamento dos clubes devem ser removidas. Ou, numa esperança de que o caráter sobreponha a vaidade exacerbada, que estas peças tenham hombridade e peçam para sair.
Gabriel Galo é escritor