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Gabriela Cruz
Publicado em 8 de julho de 2021 às 19:56
- Atualizado há 2 anos
A fome tem feito parte da realidade de muitos brasileiros e, durante a pandemia, o acesso a alimentos de qualidade tem sido um verdadeiro luxo. De acordo com um levantamento feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), depois de 17 anos em queda, em 2020, a insegurança alimentar cresceu no País, atingindo mais da metade da população. Neste mesmo período, a quantidade de pessoas passando fome chegou a 19 milhões.>
Só na Bahia, a fome já matou mais de 400 pessoas durante a pandemia. Desde o início da crise, no ano passado, ao menos 3.795 baianos foram levados a serem tratados em hospitais, com o quadro de desnutrição.>
Em reação a esses dados e com base no contexto baiano, um grupo de pessoas se sentiu indignado e passou a promover uma ação solidária para atacar o problema. A campanha “Solidariedade que conecta”, idealizada pelo Grupo Gaia Mais, tem como foco a arrecadação de recursos para a compra e distribuição de cestas básicas com produtos orgânicos de pequenos produtores locais para famílias em situação de vulnerabilidade social do bairro de Canabrava, em Salvador.>
Quem quiser ajudar a "Solidariedade que coneta" tem algumas opções. Por exemplo, é possível doar uma ou mais cestas básicas para as famílias beneficiadas, a partir de alguns cliques no site oficial da ação. Outra opção disponível ainda é a doação de um valor livre, que também será revertido em cestas. Os recursos arrecadados serão utilizados para a compra de 300 cestas de alimentos, que serão destinadas às famílias em vulnerabilidade social, atendidas pelas organizações que participam da ação, pelo período de três meses.>
Por que Canabrava? Canabrava é um bairro de alta vulnerabilidade social em Salvador. Ficou conhecida como bairro do lixão, um estigma preconceituoso, que perdura até hoje por ter, desde 73, passado a receber os resíduos sólidos produzidos em Salvador. Tudo isso fez com que a população de Canabrava, nos últimos 50 anos, sofresse com os impactos negativos decorrentes da convivência com o “lixão” da cidade. Com a construção do aterro sanitário fora da cidade, em meados de 2000, o lixão foi fechado. Aproximadamente 1.000 catadores tiravam a sua sobrevivência dos resíduos sólidos do lixão. Parte deles foi capacitada e formou duas cooperativas que funcionam até hoje, a CAEC e a Cooperbrava. Parte dos catadores se integraram às empresas de limpeza urbana. Mas muitas pessoas ficaram desamparadas, o que gerou no bairro uma grave crise social e econômica, pois muitas famílias viviam disso e os próprios negócios do bairro giravam em torno da economia da reciclagem.>
Hoje vivem em Canabrava cerca de 14.000 pessoas. Há muitos moradores vivendo em casas precárias, em áreas com risco de deslizamento e em áreas com risco de enchentes. Os índices de desenvolvimento social são muito baixos e, por isso, a organização comunitária é essencial para que a comunidade se instrumentalize e se organize para a luta por direitos.>
Para doar e participar da campanha "Solidariedade que conecta", basta acessar ao site https://solidariedadeba.gaiamais.org/>
Grupo Gaia O Grupo Gaia é um conjunto de empresas que atua nos setores financeiro, imobiliário, educacional, ambiental, esportivo e de qualidade de vida. Cada empresa com seu segmento próprio compartilha o mesmo princípio: atuação em áreas nas quais podemos fazer a diferença, objetivando encantar pessoas, inovar e realizar>