'Achei que ia morrer', diz jovem que escapou após ser atropelada apor van em São Caetano

Motorista perdeu o controle e atingiu dois veículos e um poste

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  • Carolina Cerqueira

Publicado em 11 de novembro de 2021 às 19:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Camila Guimarães, de 20 anos, faz aniversário no dia 6 de junho, mas agora ganhou mais uma data para celebrar: 10 de novembro. Foi nesta quarta-feira (10) que uma van desgovernada de transporte coletivo atingiu um carro e, em seguida, um poste na rua José Tibério, em Boa Vista de São Caetano, bairro de Salvador. Esse carro atingiu Camila e impediu que ela fosse prensada entre a van e o poste. O acidente poderia ter sido fatal, mas a jovem foi hospitalizada com ferimentos leves na mão e pé esquerdos e já está em casa.

“Eu renasci. Foi tudo muito rápido e só vi a van em alta velocidade na contramão indo para o poste e o carro vindo na minha direção. Eu tentei correr, mas não deu tempo”, diz Camila. Imagens de uma câmera de segurança na rua mostram o momento do acidente. O motorista do veículo, que estava com passageiros na hora, teria perdido o controle da direção.

A van descia a ladeira quando colidiu com um carro vermelho que estava estacionado. A van bate em um poste e o carro vermelho, arrastado pelo impacto, colide com outro carro estacionado. Camila foi atingida pelo carro vermelho e ficou entre ele e o segundo veículo. Ela foi levada pelo Samu para o Hospital Municipal de Salvador e teve alta na madrugada desta quinta (11). 

Camila conta como foi o momento do acidente. “Estava voltando sozinha da casa de uma amiga para a minha casa. Tudo aconteceu quando eu ia atravessar a rua. Depois da batida, eu ainda levantei por instinto, mas senti a perna e vi que estava sangrando muito, achei que ia morrer e comecei a sentir muita dor e chorar muito. Aí pensei no motorista da van, em como ele estava, se estava vivo”, diz. 

A jovem afirma que ainda tem dificuldade para caminhar e sente dores no pé esquerdo, mas quer logo voltar ao trabalho de pesquisa que desenvolve em colégios de Salvador para ajudar no sustento da casa, já que a mãe está desempregada. Mas Dona Manuela Guimarães, de 42 anos, só consegue pensar no alívio em ter a filha viva. 

Ela diz que entrou em desespero quando soube do acidente e achou que Camila não havia resistido. “Eu estava em casa quando uns colegas dela bateram aqui correndo e gritando ‘Minha tia, aconteceu um acidente com Camila! Ela foi atropelada!’. Aí eu pulei do sofá, saí daqui doida, não conseguia nem abrir o portão de tão nervosa. No meio do caminho já tinha muita gente, aí eu vi o poste caído, a van arrebentada e disse ‘Pronto, minha filha morreu’”, conta Dona Manuela.  (Foto: Marina Silva/CORREIO) Quem também levou um susto na hora foi Lorena Guimarães, de 17 anos, irmã de Camila. Ela estava se arrumando para ir à igreja quando a irmã mais nova disse ter escutado um barulho. Logo em seguida, os vizinhos chegaram para contar do acidente. “A gente viu o estado do poste e da van, um monte de gente em volta e já pensamos o pior, começamos a chorar na hora. Quando a gente se aproximou, viu que ela estava sentada no chão, com a perna sangrando e muito assustada, mas estava viva e consciente. Foi um alívio!”, diz. 

O carro vermelho que pode ter livrado Camila do pior pertence a Seu Antônio dos Santos. Ele é morador do bairro e utiliza o veículo também para trabalhar. Com o impacto do choque, o veículo ficou com o fundo totalmente destruído e o capô retorcido. Ele, assim como Camila, também escapou por pouco da morte. 

“O carro estava estacionado aqui e acabou amortecendo o impacto. Se não fosse ele, o acidente poderia ter acabado em morte, inclusive a minha porque não tinha nem um minuto que eu tinha saído do carro quando a van bateu”, disse Seu Antônio, em entrevista à TV Bahia.  Seu Antônio, dono do carro, tinha deixado o veículo 1 minuto antes do acidente (Foto: Marina Silva/CORREIO) Segundo testemunhas, o motorista da van não ficou ferido, mas ao menos outras duas pessoas que estavam no veículo foram atingidas e tiveram ferimentos leves. 

A Coelba informou que, por conta da complexidade do serviço, o poste ainda não foi substituído. O órgão disse também que o fornecimento de energia na região não foi prejudicado.  

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro