Acusações marcam apuração sobre incêndios no Cerrado de Goiás

Para especialistas em meio ambiente e combate ao incêndio não há dúvidas sobre a origem das queimadas: foram atos humanos

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  • Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2017 às 20:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: (FernandoTatagiba/ICMBio)

Um avistou uma moto parada na beira da estrada e, logo depois, as chamas se alastrando. Outro notou um carro suspeito em uma estrada de terra e, em seguida, o incêndio cresceu por todos os lados. Alguém chegou a ver o fogo "surgir do nada", no meio da mata. Pagaram R$ 2 mil para o peão queimar geral. Foi só um acidente, ou coisa da natureza. As histórias que correm feito pólvora pelas ruas de Alto Paraíso, Vila de São Jorge, Cavalcante e Teresina de Goiás dão uma ideia das dificuldades que as investigações têm pela frente para encontrar o culpado ou os culpados pelo maior desastre ambiental do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Para especialistas em meio ambiente e combate ao incêndio, porém, não há dúvidas sobre a origem das queimadas: foram atos humanos e, portanto, criminosos. "O fogo atravessou estradas e barreiras de proteção e chegou do outro lado, em áreas distintas. Nossas perícias já mostram isso. Todas as evidências físicas apontam que (o incêndio) é criminoso", diz Gabriel Zacharias, chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Ibama. Na sexta, o Ministério Público Federal em Luziânia instaurou inquérito civil para investigar o incêndio.