Adote uma baiana de acarajé: contribua com as mais afetadas pela pandemia em Salvador

Conheça histórias de baianas que estão passando necessidade, deposite qualquer quantia na conta delas e ajude-as a voltar ao trabalho

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 12 de setembro de 2020 às 07:00

- Atualizado há um ano

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Mary teve que largar o tabuleiro e foi vender panos de prato (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Acarajé é herança na família de Dulce Mary de Jesus, 49 anos. Uma das baianas mais conhecidas de Salvador, ela trabalha no mesmo ponto em que a avó ganhava a vida fritando os bolinhos, há 60 anos. Instalado na movimentada e turística  Praça da Sé, o tabuleiro sempre foi seu único sustento. Com a pandemia, o largo sorriso de Dulce Mary ficou escondido atrás da máscara, e os olhos perderam o brilho de antes. Em dificuldades para sobreviver, ela teve que deixar de lado a grande paixão - fazer acarajé - para vender panos de prato em frente a um supermercado do IAPI.

O novo ganha-pão não é suficiente para manter a casa, onde também moram mãe, irmão e sobrinho. Por isso, Dulce Mary foi uma das dez escolhidas para participar de uma ação voltada a ajudar baianas de acarajé em extrema dificuldade para pagar as contas, originada da campanha #colecomasbaianasdeacarajé, lançada pelo CORREIO há pouco mais de um mês, por meio de uma série de reportagens especiais. Dessa vez, o objetivo é atrair empresas, ONGs, entidades de classe, poder público e pessoas físicas para auxiliar famílias com a vida agravada pela crise da covid.

Todas elas são baianas que sequer podem comprar materiais para fazer acarajé e ainda enfrentam doenças, acumulam dívidas e cuidam de familiares com deficiência. Celísia, além do tabuleiro quebrado, luta contra o câncer. Angelice teve as mercadorias roubadas, e seu marido está agora com a perna amputada. Tânia, uma das 700 baianas de praia que ficaram sem o espaço de trabalho, não fatura nada há meses. Conseguia se manter com o que juntou no Verão, mas as reservas acabaram.

Nelmar acabou de retirar um tumor do pescoço. O marido de Bárbara teve três fraturas no rosto. Sandra, patrimônio culinário da praia do Bogari, no Subúrbio, não vê a cara dos clientes há seis meses. Sueli não tem tabuleiro adequado para o novo Largo de Amaralina e está sem dinheiro para comprar outro. Jaciara tem lúpus e gasta o que lhe resta com remédios. Para Andrea, a vida virou tragédia. A violência na cidade, que já havia lhe tirado um filho, levou outro na pandemia. Sobraram dois netos para cuidar.  

Diante de tantas perdas e dificuldades, o CORREIO resolveu contar melhor cada uma dessas histórias nos perfis abaixo, onde constam dados sobre as contas bancárias das baianas que precisam de quem as ajude. Se preferir doar para a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Beiju e Similares (Abam) leia na página ao lado o boxe “Como ajudar”.

Andrea Damasceno   Andrea (Foto: Divulgação) A história mais trágica entre todas as baianas dessa lista, Andreia perdeu dois filhos assassinados, um deles no início da pandemia, há cinco meses. “O motivo só Deus sabe”, diz. Com o fechamento das praias, parou de trabalhar. "Trabalho na Boa Viagem. Infelizmente as praias ainda não foram liberadas". Agora não tem como sustentar os dois netos deixados pelos filhos. Precisa de ajuda para comprar fraldas e leite. "Tô fraca. Financeiramente e psicologicamente. Mas tenho que ser forte para cuidar dos meus netos". Andrea também está com as contas de luz e água atrasadas. Mesmo com todas as dificuldades, não vê a hora de voltar a vender acarajé. Por isso, quer um tabuleiro novo. "Preciso de um tabuleiro de vidro e materiais para poder fazer acarajé", afirma a baiana, que herdou o ofício da mãe. Para ajudar Andrea:

Banco: Caixa Econômica

Código: 104

Agência: 0672

Conta: 00013439-9

Opeação: 013

CPF: 814.343.915-15  

Angelice Batista Angelice (Foto: Divulgação) A vida está muito difícil para Angelice, 55 anos. O acarajé é o único sustento dela e do marido, que teve a perna amputada. Desde 20 de março, fechou seu ponto no Jardim de Alah. Para piorar, toda a sua mercadoria foi roubada do quiosque onde ela guardava o tabuleiro. “Não tenho como retomar o trabalho. A situação tá realmente muito complicada". Angelice tem recebido cestas básicas, mas faltam remédios para o marido e  dinheiro para gás e contas de água e luz. Angelice aprendeu o ofício com a mãe, que aprendeu com a avó, do tempo em que as baianas vendiam muito mais que acarajé. "Minha bisavó vendia de tudo, de mocofato a frutas. Na época, chamava de ‘mulher de tabuleiro’". Com 9 anos, Angelice já fazia acarajé. Todas as quatro irmãs de Angelice também ganham a vida através do tabuleiro.

Para ajudar Angelice:

Banco: Caixa Econômica

Código: 104

Agência: 4802

Operação: 013

Conta Poupança: 00001252-4

CPF: 377.348.305-87 

Celísia Santos da Silva Celísia (Foto: Divulgação) Antes da covid, Celísia, 54 anos, começava a vender acarajé antes do meio dia. “É porta de hospital, né? Eu chegava 11h30 e encerrava 17h30”. Moradora de Itapagipe, trabalha há cinco anos no Largo de Roma, em frente ao Hospital da Mulher. Com a pandemia, parou tudo. Além do pouco movimento no hospital, que quase não recebe familiares de pacientes, o tabuleiro quebrou. Sequer fica de pé e o vidro partiu. Celísia também está devendo esse tempo todo de aluguel do galpão onde guarda as coisas. “Água e luz estão atrasadas há meses. Essa pandemia arrasou a vida da gente”. Além de tudo, Celisia faz tratamento contra câncer de mama. A única renda é o auxílio do governo para o filho, portador de necessidades especiais. “Estou vivendo de cestas básicas doadas”. Quer voltar ao batente, mas precisa de dinheiro para produzir e vender acarajé. Para ajudar Celísia:

Banco: Santander

Código: 033

Agência: 3076

Conta: 01066213-1

CPF: 508.858.395-87.

Sandra Batista Sandra (Foto: Divulgação) Na praia do Bogari, no Subúrbio, o tabuleiro de Sandra é famoso. Mas vai completar seis meses que os banhistas não sentem o gostinho da iguaria. A não ser os que conhecem ela da vizinhança e pedem de encomenda. "Meu ponto na beira do mar é ótimo. Mas com as praias fechadas não consigo trabalhar. No máximo faço uma encomenda aqui e outra ali. É uma fase feial", diz Sandra, que tá com o marido doente e sem renda. Na mesma casa, Sandra também cria a neta de 8 anos. A salvação é que não precisa pagar aluguel. Com muito esforço, construiu aos poucos a casa própria. "A nossa alegria é que a gente não paga aluguel. Se não, não sei o que seria". Agora só pensa em voltar a montar o tabuleiro e seguir os passos da mãe, que criou os filhos graças ao acarajé. "Pedindo a Deus que tudo isso passe para eu trabalhar no meu ponto.

Para ajudar Sandra:

Banco: Banco do Brasil

Código: 001

Agência: 0006x

Conta Corrente: 49616-2

CPF: 504.863.575-20

Nelmar dos Santos Nelmar (Foto: Divulgação) Antes da pandemia, dona Nelmar, 54 anos, vendia acarajé na Lagoa do Abaeté. Além da falta de movimento, está enfrentando um tratamento difícil após a retirada de um tumor no pescoço, no início deste mês. Nelmar também teve que fechar outro comércio que tinha em Itapuã, um bar na Rua da Areia, onde vendia bebidas e acarajé. No momento ajuda a sustentar cinco netos, filhos de sua filha, que também é baiana de acarajé e montou o tabuleiro na porta de casa para vender os bolinhos. "Estou na luta pedindo a Deus misericórdia e saúde. Estando com saúde, volto para meu ponto quando tiver movimento. Mas por enquanto é só sofrimento". Desde os 11 anos, a mãe de Nelmar a colocou para vender acarajé. Assim passou o ofício para ela e mais três filhas. "Espero ser adotada para conseguir passar essa fase difícil".

Para ajudar Nelmar:

Banco: Caixa Econômica  

Código: 104

Agência: 3248

Conta: 00015605-0

Operação: 013

CPF: 046.068.325-09 

Dulce Mary de Jesus Mary (Foto: Divulgação) Um dos sorrisos mais vistosos do Centro Histórico, Mary, 49 anos, é a terceira de 11 filhos. Assumiu o tabuleiro da mãe em um ponto que existe há 60 anos. Está acostumada a receber os turistas com o cheiro do bolinho fritando no dendê, na Praça da Sé.  Na pandemia, desmontou o tabuleiro. Agora, vende panos de prato na porta de um supermercado no IAPI. A renda caiu muito. Além do pouco que ganha com pano de prato, recebe R$ 270 da prefeitura, auxílio do Salvador Para Todos. Assim, sustenta a mãe, um irmão e o sobrinho, com quem ela mora. “Moramos nós quatro. Cinco irmãos estão desempregados. Quando dá meio dia todo mundo vai lá pra casa almoçar. A gente se vira, mas tá cada vez mais difícil”.

Para ajudar Dulce Mary:

Banco: Caixa Econômica

Código: 104

Agência: 0618  

Conta Corrente: 00025723- 2 Operação: 013

CPF: 560.778.905 – 53.

Bárbara Costa Bárbara (Foto: Divulgação) Baiana de acarajé de Stella Maris, Bárbara, 39 anos, suspendeu toda a produção desde março, assim que as praias fecharam. Mas estava conseguindo se virar com o benefício do Bolsa Família, que até o início do mês recebia normalmente. "Por incrível que pareça, cortaram meu bolsa família sem nenhuma explicação. E ao mesmo tempo não tive acesso ao auxílio emergencial porque já tenho o bolsa família. Não dá pra entender".  O marido, que perdeu o emprego e estava fazendo bicos, sofreu um acidente e teve três fraturas no rosto. "Ficou difícil", diz Bárbara, que tem três filhos, uma menina de 22 anos, um de 18 e um pequeno de 7. As contas de luz e água estão chegando e Bárbara não sabe o que vai fazer daqui para frente. Nunca passou por um momento tão complicado desde que resolveu seguir os passos da mãe no tabuleiro, há 12 anos.

Para ajudar Bárbara:

Banco: Santander

Código: 033

Agência: 3704

Conta Corrente:02007774-5

CPF: 013.298.295.14  

Tânia Conceição Santos Tânia (Divulgação) Até que o Clube dos Funcionários Públicos, em Lauro de Freitas, possa reabrir, dona Tânia, 55 anos, vai continuar sem ganhar R$1. Seu sustento é o acarajé. Mora sozinha em Itapuã, mas está cada vez mais difícil viver sem os clientes do clube, onde trabalha há 23 anos. “Estou vivendo com os restos do que ganhei no Verão. As contas chegando e não tenho como trabalhar. As cestas básicas ajudam, mas até quando as doações vão continuar?”, indaga. Ela é uma das que não conseguiu receber o auxílio Salvador Para Todos, da prefeitura, já que não tem o Documento de Arrecadação Municipal (DAM). “Não tenho DAM. Se a prefeitura pudesse cadastrar as baianas que não têm o documento seria uma grande ajuda”. Mesmo que possa voltar ao clube, tem receio do vírus. Ela lembra que cinco baianas de acarajé morreram na pandemia.

Para ajudar Tânia:

Banco: Bradesco

Código: 237

Agência: 2425-2

Conta Poupança: 0501698-3  

CPF: 475.093.415-15

Sueli Bispo Sueli (Foto: Divulgação) O Largo das Baianas, em Amaralina, é famoso por abrigar diversas mulheres que vivem desse ofício. Sueli, 44 anos, é uma delas. Está no local há mais de três décadas e agora sonha em poder usufruir da reforma do espaço, entregue recentemente pela prefeitura. Acontece que os prejuízos trazidos pela pandemia estão impedindo que Sueli volte a trabalhar. Ela não tem condições de seguir o novo padrão de tabuleiro que é exigido. "Eles querem tabuleiro de madeira com cobertura de vidro. Eu não tenho condições de comprar isso agora. Estou satifesta com a obra, mas não posso trabalhar ainda", diz Sueli, que mora com filha, neto, mãe e uma irmã com deficiência. A mãe de Sueli também é baiana de acarajé no mesmo largo, mas pelo mesmo motivo não tem como botar o tabuleiro. "Estou com dívida de luz, água, telefone e cartões.

Para ajudar Sueli:

Banco: Caixa Econômica

Código: 104

Agencia: 1018

Conta: 01300041037-6  

CPF: 936688.215-34

Jacira Santos Freire Jacira (Foto: Divulgação) Há cinco anos Jacira Santos Freire, 51 anos, desenvolveu Lupus, doença autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos. Se já estava difícil trabalhar vendendo acarajé, imagina agora com a pandemia. Jacira é do grupo de alto risco e não pode ir para a rua. A filha, desempregada, é quem tem tocado o tabuleiro, no IAPI, de onde vem o pouco dinheiro para sustentar mãe, filha e as duas netas. A filha conseguiu receber recentemente o auxílio emergencial do governol, mas o dinheiro vai todo em medicamentos. "As minhas despesas aumentaram muito por conta dos medicamentos caros que eu tomo. Minha alimentação tem que ser cuidadosa. A situação tá muito complicada”, afirma. “Tomara que eu seja adotada. Toda ajuda é bem vinda nesse momento".

Para ajudar Jacira:

Titular da conta: Bruno Coutinho dos Santos

Banco: Caixa Econômica  

Código: 104

Agência: 1236

Conta Poupança: 80823-5

Operação: 013

CPF: 012.424.805-52