Advogada é morta com três tiros por sequestradores em Feira

Vítima foi sequestrada junto com secretária ao sair de escritório

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  • Bruno Wendel

Publicado em 27 de junho de 2018 às 13:00

- Atualizado há um ano

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A advogada criminalista Silvia da Silva Carvalho, 56 anos, foi sequestrada e assassinada a tiros na noite desta terça-feira (27), em Feira de Santana, Centro-Norte do estado. Ela tinha acabado de sair do escritório onde trabalhava, em frente ao Complexo Policial do Sobradinho, quando foi surpreendida por quatro homens em um carro. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da cidade.  Advogada criminalista Silvia da Silva Carvalho (Foto: Reprodução) Boa parte da ação dos criminosos foi testemunhada pela secretária do escritório de Silvia. Ela estava de carona no carro da vítima quando os bandidos chegaram em outro veículo. A secretária foi ouvida pelo delegado Gustavo Coutinho, que acompanhou o levantamento cadavérico.

A secretária contou ao delegado que ambas tinham acabado de fechar o escritório, por volta de 19h20, e a 500 metros do Complexo Policial do Sobradinho, um carro branco sedan emparelhou com o Siena, placa OZN 4552, dirigido por Silvia. “Então, um dos homens fez um gesto para encostar o Siena e ela atendeu, acreditando que seria um cliente. Foi quando um deles sacou a arma e mandou a secretária ir para o banco de trás e a advogada ir para o banco do carona. Um dos bandidos assumiu o volante e um outro entrou também atrás e cobriu o rosto da secretária com uma camisa e mandou ela ficar de cabeça baixa”, contou o delegado Coutinho. Em seguida, os dois carros seguiram em direção à Estrada do Alecrim Miúdo, na Fazenda Jenipapo II, distrito de Maria Quitéria, zona rural de Feira. No trajeto, a secretária disse que os bandidos xingavam a advogada. “Eles chamaram ela de [xingamentos], disseram que ela recebeu um dinheiro e não deu entrada no processo”, relatou o delegado.

Num determinado momento, antes de chegarem ao destino, os bandidos pararam o Siena e mandaram a secretária entrar no segundo carro, onde estavam os outros dois bandidos. Logo após, seguiram o trajeto. 

Quando chegaram na zona rural, por volta das 20h30, os criminosos mandaram a advogada sair do Siena. A secretária contou que, em seguida, escutou cinco disparos. “Apesar da quantidade de disparos, encontramos, inicialmente, três perfurações na nuca”, disse o delegado Gustavo Coutinho.

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Depois de executaram Silvia, os bandidos libertaram a secretária. “Eles disseram que ela não entrava em nada, que o alvo era a advogada”, disse o delegado. O carro da advogada foi abandonado em um acostamento de um trecho da BR-116.

Ainda de acordo com o delegado, a secretária trabalhava com Silvia havia menos de uma semana e, nesse período, ela disse que a advogada nunca mencionou que tivesse algum problema.

A assessoria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que acompanha o caso e que, a princípio, a Polícia Civil acredita que a motivação seria vingança por conta de um desacerto com criminosos para os quais a vítima advogava.

Em nota, a Ordem de Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA) diz que "espera da Secretaria da Segurança Pública uma apuração profunda e imediata do crime" e que "acompanhará diligentemente as investigações e prestará também todo o apoio à família da colega assassinada".

Confira nota na íntegra:"A Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia vem a público apresentar seu mais veemente repúdio ao brutal assassinato da advogada Sílvia da Silva Carvalho, sequestrada  e morta a tiros na noite do último domingo (26), em Feira de Santana, em um crime aparentemente relacionado ao seu exercício profissional, ao tempo em que lamenta a perda irreparável da colega e se solidariza com os familiares e amigos enlutados.

Segundo informações da imprensa e da polícia, ao sair de seu escritório, que fica em frente ao Complexo de Delegacias do Sobradinho, em seu automóvel, Sílvia teria sido seguida por quatro homens em outro veículo, que abordaram e tomaram o carro da advogada, levando-a para a Estrada do Alecrim Miúdo, na Fazenda Jenipapo II, distrito de Maria Quitéria, na zona rural do município, onde a executaram com cinco tiros.

O assassinato de uma advogada no exercício da profissão é fato gravíssimo que representa um ataque não apenas a toda a advocacia, mas à própria Justiça, ao Estado democrático de Direito e a toda a sociedade baiana.

Em nome de todas as advogadas e advogados do estado, OAB da Bahia espera da Secretaria de Segurança Pública uma apuração profunda e imediata do crime para que seja feita justiça e os assassinos sejam punidos na forma da lei. A Ordem acompanhará diligentemente as investigações e prestará também todo o apoio à família da colega assassinada.

Luiz Viana Queiroz Presidente da OAB da Bahia  Marcus Carvalhal Presidente da OAB Subseção Feira de Santana"