Advogado baiano conta como perdeu 82 kg em 10 meses : 'não me sentia bem'

Caminhada chama a atenção para riscos da obesidade em Salvador

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2017 às 18:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Lais Moura/Divulgação

Mais de 300 pessoas participaram neste sábado (16) de uma caminhada pela luta contra a obesidade, que já atinge cerca de 115 milhões de brasileiros. Com saída no Jardim de Alah, a ação contou com a presença de pessoas como o advogado Diego Albuquerque, de 27 anos. Internado em uma clínica da obesidade em Busca Vida há dez meses, o advogado conseguiu perder 82 kg em 10 meses.

 “Os 200kg me bloqueavam. Eu vivia isolado, com muitas dores. Não me sentia bem de sair de casa, por ser sempre o centro das atenções, com gozações que me magoavam. Vi uma oportunidade de mudar de vida, porque obesidade me atrapalha em todas as áreas. Perdi meu emprego porque não tinha espaço físico para mim, com cadeiras que não me aguentavam. Eu tinha também uma apineia do sono gravíssima, sem contar que dormia no chão porque as camas não me aguentavam. Hoje tenho outra vida, mesmo ainda precisando perder mais 15kg”, relatou Diego, logo após vibrar pelos quilometros que conseguiu correr na manhã de hoje, do Jardim de Alah ao antigo Aeroclube, durante a segunda edição da Caminhada da Obesidade.

Assim como Diego, mais da metade da população brasileira adulta está acima do peso. De acordo com o Ministério da Saúde, o excesso de peso atinge 52,5% dos brasileiros e, destes, 17,9% estão obesos. “A obesidade é uma doença muito limitante, que acarreta doenças e atrapalha até o convívio social. É preciso que as pessoas entendam que estar acima do peso traz riscos à saúde que podem chegar à morte. A maior luta ainda é curar o paciente de uma compulsão alimentar”, alerta a nutricionista e especialista em nutrição com ênfase em obesidade, Laila de Freitas.

Para Laila, o grande problema hoje é fazer com que as pessoas criem uma relação positiva com as refeições. “O alimento tem representações sociais que vão além de comer e se nutrir. As pessoas devem procurar prazer em outras fontes que não são só a comida. A compensação alimentar é muito arriscada e pode levar a problemas sérios de saúde”, garante a nutricionista. Foi o que aconteceu com Maria Munhoz, 47 anos, que procurou ajuda após sofrer um AVC isquêmico e ficar em coma na UTI. “A obesidade mata e a gente só percebe quando está doente. Em seis meses, eliminei 56kg. Isso mudou tudo na minha vida! Hoje eu saio, passeio com meus filhos, minha pressão ficou normal. Sou uma nova mulher. Hoje posso dizer que sou feliz!“, diz, emocionada.  

Ainda em processo de emagrecimento, Marcos Vinícius dos Santos, 37 anos, esteve também na ação de hoje cedo para celebrar as conquistas dos últimos meses. Em quatro meses, ele saiu de 148 kg para 111kg, mantendo uma alimentação mais saudável, tendo apoio psicológico e fazendo atividade física. “Eu não gerenciava bem as perdas e descontava tudo na comida. Sempre comi para resolver problemas psicológicos e não para satisfazer minha fome. Eu hoje agradeço a Deus todos os dias por estar vivo. Não sei quanto tempo mais iria resistir com uma pressão tão alta, que não baixava nem com remédios que eu tomava diariamente”, contou Marcos. 

Veja galeria:

[[galeria]]