Advogado de Dr. Jairinho diz que sai do caso se casal der informação falsa

'Mentira eu não sustento para ninguém', afirmou André França Barreto

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  • Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2021 às 09:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução TV Globo

O advogado do vereador Jairo Souza Santos Júnior, 43, conhecido como Dr. Jairinho, e da professora Monique Medeiros, ambos presos sob a suspeita de participar da morte do filho de Monique, Henry, 4 anos, afirmou à Folha de S. Paulo que abandonará o caso se ficar comprovado que o casal mentiu para ele a respeito do histórico de violência. A informação foi dada neste sábado (10).

“Se o casal me deu qualquer declaração que demonstre ser falsa, eu posso dizer publicamente, já antecipo, que não fico na causa de quem mente pra mim”, disse André França Barreto, 38. O advogado afirmou que se as mensagens demonstrarem "que mentiram deliberadamente", "pode ter certeza que não ficarei no caso. "Mentira eu não sustento para ninguém”, disse, assertivo.

De acordo com o advogado, um dos principais pontos a serem analisados é o conjunto de mensagens encontradas no celular de Monique que podem indicar uma rotina de agressões, "contra a qual ela não teria tomado providências". “Eu nunca soube dessas mensagens, desse diálogo da Monique com a Thaina [Ferreira, babá], mas também não sei se são verdadeiras. A Thaina não se pronunciou sobre isso, e não conversei com a Monique sobre isso”, disse Barreto.

O casal sempre se coloca como inocente, continua, e pelo teor até agora conhecido dessas mensagens "não está configurada nenhuma mentira por parte de Monique, nem uma rotina de agressões, como diz a polícia e o Ministério Público". Diferentemente disso, afirma Barreto, "elas mostram uma mãe em relacionamento recente preocupada em investigar eventuais maus-tratos". Segundo ele, há a possibilidade de o celular da mãe ter sido invadido.

Em outra hipótese, Barreto destaca que as mensagens do diálogo entre a mãe e a babá de Henry, que foram tornadas públicas, fazem referência a um único dia, 12 de fevereiro de 2021, e "não há assim uma comprovação rotina, assim como não há uma afirmação clara de que a mãe sabia de fato das agressões".

Barreto defende, ainda, que existem vários pontos a ser considerados na investigação e que, em sua opinião, fragilizam a tese de que Monique seria uma mãe omissa. Primeiro, porque ela levou a criança a uma psicóloga que, em depoimento à polícia, afirmou não ter detectado nada de anormal do comportamento de Henry, como medo do “padrasto” ou de outra pessoa.

“Se o Henry confessa: o tio me dá ‘banda’, me machuca. O Leniel [pai de Henry] não deixaria isso, de tudo que estou vendo”, afirmou Barreto. Além disso, o advogado citou o boletim feito pelas médicas que atenderam Henry na madrugada de 8 de março e o laudo do Instituto Médico Legal, que afastou a existência de sinais de maus-tratos recentes ou antigos.

“Não entra na minha cabeça que uma mãe, que ama tanto seu filho, acobertasse um ato de agressão de um ‘namorido’”, disse. “Por isso eu afirmo em todo lugar. Eles se declaram inocentes”, finalizou.