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Doleira foi presa em operação de combate ao tráfico internacional de drogas
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2022 às 09:39
- Atualizado há um ano
O advogado da doleira Nelma Kodama, presa em Portugal durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas, afirmou que a cliente não tem relação alguma com o crime, e apenas foi presa por ter se relacionado com o lobista Rowles Magalhães, também preso na operação.
Adib Adbouni ainda afirmou ao jornal O Globo que sua cliente seria encaminhada diretamente para a PF em Salvador, base da operação contra tráfico internacional de drogas. Nelma está presa preventivamente. A Polícia Federal, entretanto, não confirmou.
De acordo com a assessoria da PF, o delegado que acompanha o caso fará a coleta dos depoimentos in loco, em cada estado no qual há suspeitos investigados, e, portanto, não há sequer a confirmação de que Kodama virá para Salvador.
Adbouni também advoga para Rowles. O defensor afirmou que vai requerer a soltura do seu cliente nesta quarta-feira.
"A Nelma não tem relação alguma com tráfico de drogas, ela só foi presa porque se relacionou por um tempo com o Rowles. Pelo que está nos autos e tive acesso, nada vincula a Nelma ao tráfico", disse Adbouni.
Nelma é ex-namorada do também doleiro Alberto Youssef e ganhou notoriedade por ter sido uma das delatoras da Operação Lava-Jato, pela qual foi condenada a 18 anos de prisão em 2014. Entre os feitos de Nelma Kodama, a criminosa já foi presa com 200 mil euros escondidos na calcinha, e já cantarolou trecho de "Amada Amante" para explicar como era sua relação com o então marido, Alberto Youssef, em um depoimento à CPI da Petrobras, em 2015.
Operação A Polícia Federal deflagrou a Operação Descobrimento nessa terça-feira (19) e cumpriu mandados no Brasil e em Portugal. As investigações começaram após a polícia identificar meia tonelada de cocaína na fuselagem de um jato executivo em Salvador, em fevereiro do ano passado. Segundo a PF, a droga levava "selos" de facções criminosas. Parte da carga, era de uma única organização. Já a outra metade, pertencia a um "consórcio de facções".
"Eram duas situações. Uma havia um contrato em que a droga era exclusiva de uma facção paulista. A outra, era na modalidade de consórcio, quando diversos grupos que se reuniram para remeter drogas para a Europa, dividindo o custo e a quantidade do entorpecente. Normalmente quando é uma carga específica, vem sempre com a mesma logomarca. Neste caso, foram vários desenhos, indicativo que pertence a mais de um fornecedor", declarou o delegado da Polícia Federal Adair Gregório, responsável pela investigação. Ele não revelou os nomes das organizações criminosas.
Durante a coletiva realizada na sede da PF em Salvador, no Itaigara, o delegado disse que todas as sete pessoas presas na manhã desta terça-feira (19) na Operação Descobrimento eram de a uma rede encarregada de fazer a remessa da droga para a Europa. "Todos que tiveram mandados de prisão e busca apreensão são responsáveis pelo envio e recebimento da droga, ou ajudaram no carregamento ou no transporte ou são doleiros", disse o delegado.
Foram expedidos mandados no Brasil e exterior. Aqui, as prisões aconteceram em São Paulo (2), Cuiabá (1), Jundiaí (1) e Recife (1). Segundo ele, os presos responderão por tráfico internacional de drogas, evasão de divisas e formação de quadrilha. Outras duas pessoas, que também tiveram as preventivas decretadas, não foram localizadas, porque estão em viagem internacional.