Agredida por 12h por ex-companheiro, mulher perde audição e teme ser morta

"Ele sempre disse que se fosse para cadeia por conta de uma mulher, sairia de lá e a mataria depois", contou

Publicado em 16 de março de 2019 às 11:31

- Atualizado há um ano

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Depois  de ser espancada e torturada por 12 horas pelo ex-companheiro e de ter o tímpano do ouvido esquerdo perfurado, sofrendo perda parcial da audição, a professora Rosana Louzada, de 36 anos, está disposta a deixar o Rio de Janeiro.

Ela tem medo de que Davidson Gomes da Silva saia da prisão disposto a se vingar. O suspeito está preso desde o dia 28 de fevereiro, por força de um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça por conta da agressão sofrida pela professora. O crime aconteceu no dia 18 de fevereiro, dentro da casa de Davidson, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. 

O espancamento  aconteceu por uma suspeita de traição. Davidson passou a desconfiar de Rosana depois de ter visto contatos no telefone da vítima sem a foto. Os dois conviveram por quase dois anos e tiveram um filho. De acordo com a delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, Davidson Gomes da Silva também é investigado pela Deam-Caxias por ter agredido uma ex-namorada. Rosana e o ex-companheiro Davidson Gomes  (Foto: Reprodução) A investigação sobre o processo de agressão será concluído na próxima terça-feira. A delegada responsável informou que também será quando ela pedirá a conversão da temporária em prisão preventiva. "Vamos ouvir a professora mais uma vez e finalizar o inquérito. Não há dúvida que o ex-companheiro da professora tem um perfil violento e já fez uma outra vítima", disse a delegada.

Agredida com socos, chutes e pancadas no rosto, a professora disse temer ser assassinada pelo ex-companheiro e está apavorada com a possibilidade de Davidson sair da cadeia - ele já teve um habeas corpous rejeitado pela Justiça. Em entrevista ao jornal Extra, ela contou que está disposta a deixar a cidade. "Estou apavorada! Ele sempre disse que se fosse para cadeia por conta de uma mulher, sairia de lá e a mataria depois. Não durmo e nem estou me alimentando direito.Ele sabe onde eu moro. Quero sair do Rio e ir para um lugar em que ele não me ache. Todo mundo sabe que ele é violento. Tenho medo que o Davidson sai de lá e venha me matar", contou.

Ainda ao Extra, no último dia 8, Rosana explicou ter visto o dia amanhecer apanhando, ao relembrar a sagressões sofridas no dia 18 de fevereiro.

"Estávamos separados. Combinamos de conversar em lugar público para evitar que ele me agredisse como em outras ocasiões. Fomos para um bar no Centro de Caxias, mas Davidson pediu para que eu o deixasse em casa. Quando chegamos no local ele começou a discutir. Deu um soco na minha cabeça, me deixando tonta. Começou a sair sangue do meu ouvido. Ele queria que eu entrasse na casa dele, mas eu estava com medo. Davidson me convenceu que iria me socorrer e me empurrou para dentro de casa. Começou a me acusar de traição e pegou o meu celular para ver os contatos no WhatsApp. Por volta das 5h, a discussão recomeçou e as agressões. Ele batia no meu rosto, socava minha cabeça. Cheguei a pedir socorro, mas ele cobriu a minha boca e me jogou na parede. Em alguns momentos cheguei a desfalecer. Ele chegou a me dar água e fazia com que eu recobrasse os sentidos para me bater novamente", disse a professora, na ocasião.

Depois de acabar o espancamento o agressor, segundo a vítima, a obrigou a tomar banho e se arrumar para pode ir para casa. Ela, no entanto, saiu dirigindo mesmo ainda tonta e parou num posto da Polícia Militar para pedir ajuda.