Agricultor que denunciou grileiros da Faroeste é morto em Barreiras

Paulo Antonio Ribas Grendene foi morto em seu carro com tiros de pistola e espingarda

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  • Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2021 às 21:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O agricultor Paulo Antonio Ribas Grendene foi assassinado a tiros na noite da última sexta-feira (11), em Barreiras, no oeste baiano. O caso chama atenção principalmente porque Grendene havia denunciado investigados na Operação Faroeste, que apura o envolvimento de membros do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) num suposto esquema de venda de sentenças, formação de quadrilha, grilagens de terra na região oeste.

O caso aconteceu no bairro de Bandeirante. Paulo foi atingido por tiros de espingarda calibre 12 mm e pistola 9 mm.  De acordo com a Delegacia Territorial (DT) de Barreiras, que investiga o homicídio, "a vítima conduzia o veículo, quando foi atingida por disparos de arma de fogo. Os autores estavam em outro carro de cor branca".

Os dois homens estariam encapuzados num carro modelo Fiat Uno.

Ainda de acordo com a delegacia, familiares foram ouvidos, imagens de câmeras de vigilância foram requisitadas, e a autoria e motivação ainda estão indefinidas.

Paulo Antonio estava dentro de seu carro, um Renault Sandero Stepway, que ficou todo perfurado de balas. O agricultor, que é paranaense de Nova Londrina, morreu na hora.

Procurada, a Associação dos Produtores Rurais da Chapada das Mangabeiras (Aprochama) afirmou que há um grave clima de violência na região. Gredene denunciou que suas terras estavam sendo invadidas por grileiros. Na denúncia, o agricultor afirmou que 20 homens armados queriam que ele deixasse as terras nas fazendas Sessafaz e Santo Antônio.

"A Aprochama vem alertando constantemente as autoridades sobre a crescente tensão na região. Agricultores, que ajudaram a transformar o Oeste em uma das áreas mais prósperas do país, são constantemente ameaçados por bandos armados a abandonar suas terras", afirmou a Associação em nota.

De acordo com a Aprochama, uma denúncia formal foi levada ao Ministério Público sobre a situação e na próxima semana o relator do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na Faroeste, Og Fernandes, receberá um dossiê da associação.