Alegria do ano-novo é só não cair

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  • Paulo Leandro

Publicado em 30 de dezembro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Virar o ano sem vacinação, além do enfrentamento de insanas festas, aglomerando-se os insensatos, para disseminar o coronavírus, tem como agravante o contexto de suspense no qual situam-se Vitória e Bahia, ali, de volta à condição meeira, expostos ao descenso.

Faltaram a ambos o dom da regularidade, aspecto capaz de torná-los confiáveis, basta lembrar a troca de treinadores como emblema desta indisposição para manter campanhas sem tropeços.

O Vitória teve nos seus extremos as melhores alegrias, pelas defesas de seu arqueiro titular, responsável por consertar os vazamentos da retaguarda, bem como os gols de Leo Ceará, competente em cumprir a missão para a qual são designados os artilheiros.

A saída de bola, horizontal e sem conexão, caindo constantemente o link com o meio-campo e erros de fundamentos, em passes mal calculados e até laterais mal tirados, foram pontos fracos incorrigíveis.

Nesta perspectiva, é interessante ter o time um treinador ex-jogador bom de bola, pois apresenta credencial de parar o treinamento para mostrar como se faz, em vez de preocupar-se apenas com os posicionamentos óbvios, facilitadores da marcação.

O Vitória chega a 2021 com 36 pontos, ocupando a décima-quinta posição, assediado por Figueirense e Náutico, 35, com ameaça também do Paraná Club, 32, a fim de manter-se na Série B, cujo alcance parece ser compatível com o atual perfil rubro-negro.

O Bahia também reserva fortes emoções ao seu torcedor, uma vez ter mantido-se em 16º lugar, mas com um jogo a mais em relação ao Vasco, com os mesmos 28 pontos ganhos.

O peso de seis derrotas seguidas aproxima o Bahia de Atlas, cujo castigo de carregar o mundo às costas assemelha-se, com diferença de o tricolor ter um gigantesco séquito de adoradores incapazes de assimilar como o clube caiu tanto na classificação.

Como aditivo de negatividade, o Bahia alcança o ano-novo sem vacinação para a defesa mais infectada do certame, com 48 gols sofridos, a despeito de reflexo invejável do goleiro Douglas.

A sombra de um sofrido descenso acompanha o viajante tricolor, nesta penosa passagem de ano, mas nada grave, se o tricampeão baiano recuperar-se logo no início de 2021, quebrando o jejum diante do Grêmio, lá em Porto Alegre.

Sempre disposto à nostalgia, o tricolor haverá de lembrar ter sido na capital gaúcha a conquista heroica do bi brasileiro de 1988, embora o adversário tenha sido o rival do Grêmio.

Talvez algo prejudicial seja este excesso de memória, servindo as estrelas de escudo para supostamente proteger o clube, diante da carência de grandes conquistas, já de longa data.

Quanto às outras agremiações, o futebol baiano continua do mesmo tamaínho, sem conseguir subir algum time do interior para a Série B, ou dar alegria nas divisões menores do país.

Embora vocacionado para revelação de craques, ao longo da história, e tendo organizado o segundo campeonato mais antigo do país, algo ocorre ao futebol da Bahia para carência de bons resultados, tornando habitual a decepção de torcidas.

Manter o Bahia na Série A e o Vitória na B é o máximo a conquistar, e dêem-se por satisfeitos os torcedores nativos, aqueles persistentes, pois não são poucos os dispostos a admirar times de fora.

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade