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Contrato era intermediado por empresa investigada pela PF e apoiada por empresários como Carlos Wizard e Luciano Hang
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2021 às 17:30
- Atualizado há um ano
A CPI da Covid também vai investigar a negociação feita pelo Ministério da Saúde para a compra de 60 milhões de doses da vacina Convidencia – imunizante produzido pelo laboratório chinês CanSino – por aproximadamente R$ 5 bilhões. Segundo informações do jornal O Globo e Rádio CBN, as negociações têm sido intermediadas por uma empresa investigada pela Polícia Federal e apoiada por empresários bolsonaristas como Carlos Wizard e Luciano Hang.
Em junho, o governo assinou uma carta de intenção com a Belcher Farmacêutica que previa o pagamento de 17 dólares por dose, valor mais alto negociado pelo governo para uma dose de vacina contra a covid-19.
Segundo O Globo e CBN, as negociações entre o governo e a Belcher Farmacêutica começaram a chamar atenção a partir de junho, quando veio a público a intenção de o Ministério da Saúde adquirir os imunizantes da CanSino.
Assim como aconteceu com a indiana Covaxin, a negociação se deu por meio de uma empresa intermediária, a Belcher Farmacêutica.
A carta de intenção é uma das etapas da negociação para a compra da vacina. Ainda não foi assinado um contrato de fornecimento dos imunizantes.
A empresa, porém, é alvo de uma investigação conduzida pela Polícia Federal que apura desvios de verbas na compra de testes para detecção de Covid-19 pelo governo do Distrito Federal.
Alvo da Falso Negativo O caso foi o foco da Operação Falso Negativo. De acordo com as investigações, a Belcher teria fornecido propostas fictícias em um processo de dispensa de licitação.
A Belcher Farmacêutica tem tido o apoio de empresários bolsonaristas como Luciano Hang, do Grupo Havan, e Carlos Wizard para viabilizar a venda de imunizantes.
Em março, Hang, Wizard e um dos sócios da Belcher, Emanuel Catori, chegaram a fazer uma transmissão ao vivo sobre a venda de vacinas para o Brasil.
Para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), o caso precisa ser aprofundado. “Defendo toda e qualquer investigação que envolva suspeita de compra fraudulenta de vacinas. Vacinas que podem significar a vida ou a morte de milhares de brasileiros faltaram por negacionismo. Agora são aceleradas por negociatas? Isso é repugnante”, disse a senadora ao O Globo.
Covaxin A negociação para a compra da vacina da CanSino vem após os detalhes da negociação para a compra da vacina indiana Covaxin virem à tona.
Em depoimento na sexta-feira, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse que relatou pressões atípicas sofridas pelo seu irmão, o servidor o Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, ao presidente Jair Bolsonaro e que, na ocasião, teria ouvido de Bolsonaro que a situação teria o envolvimento do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros.
Barros, por sua vez, nega sua participação em irregularidades envolvendo a negociação da Covaxin.
Representantes da Belcher Farmacêutica não foram encontrados para comentar o assunto.