Aluno baleado relata susto ao ver colega atirando em Goiânia

Garoto era chamado de 'fedorento' pelos colegas - um deles chegou a levar desodorante para sala

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  • Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 21:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Um dos alunos baleados dentro de uma escola em Goiânia nesta sexta (20), Hyago Marques, 13 anos, gravou um video afirmando estar bem e relatando seu susto ao ver o colega entrando armado na sala de aula. Ele segue internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). No ataque, dois alunos foram mortos e quatro ficaram feridos. O adolescente de 14 anos que atirou está apreendido. A informação é da TV Anhaguera, que exibiu o vídeo.

“Que susto eu passei, Deus me livre. Fizeram um ‘calor’ aqui (tórax), mas está tudo sobre controle, viu gente. Não precisa se preocupar. Estou bem”, afirma o aluno.“Estou bem, conseguindo mexer. O ortopedista veio aqui, mexeu no pé, na mão, está tudo bem", acrescenta.

Baleado no tórax, Hyago não precisará de cirurgia e respira sem ajuda de aparelhos. Seu estado de saúde é estável.

Também se feriram:

Isadora de Morais – 13 anos: Internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hugo. Ela levou um tiro no tórax que perfurou o pulmão, passou por uma cirurgia para drenagem do tórax e está em estado grave, na UTI e respirando com ajuda de aparelhos. Ela ainda corre risco de vida.

Lara Fleury Borges – idade não confirmada: Está internada na enfermaria do Hospital dos Acidentados em estado estável e repirando espontaneamente.

Marcela Rocha Macedo – 13 anos: Ela também foi baleada no tórax, teve o pulmão esquerdo perfurado, passou por cirurgia e está internada na enfermaria. Paciente está consciente e respirando sem aparelhos.

Os estudantes João Vitor Gomes e João Pedro Calembo, ambos de 14 anos, morreram na sala de aula.

Crime O adolescente cometeu o crime às 11h50 (horário de Brasília), durante intervalo entre aulas na sala do 8º ano. Ele pegou a arma na mochila e começou os disparos. "Ele pegou a arma, atirou contra o alvo, e, em seguida, disse que perdeu o controle e teve vontade de matar mais pessoas", diz o delegado Luiz Gonzaga Júnior. A coordenadora interferiu e convenceu o garoto a parar de atirar. João Pedro Calembo (à esquerda) e João Vitor Gomes morreram na escola "Ele ia matar todo mundo. Levou dois carregadores para a escola. Descarregou o primeiro, carregou o segundo, deu um tiro, mas foi abordado pela coordenadora. Ele pensou até em se matar, apontou a arma para a cabeça, mas ela o convenceu a travar a arma", acrescenta o delegado.

Pai e mãe do garoto são policiais militares e ele usou uma pistola .40 que perntece à mãe e é de uso da PM. "Ele sabia onde os pais guardavam a arma. Ontem ele pegou, guardou na mochila e levou para a escola hoje. Ele disse que ninguém o ensinou a atirar, ele aprendeu sozinho, mas não entrou em detalhes de como aprendeu", explica Júnior.

O motivo do crime seria o bulllying que o adolescente era alvo na escola. "Ele sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento, pois não usa desodorante. No intervalo da aula, ele sacou a arma da mochila e começou a atirar. Ele não escolheu alvo. Aí todo mundo saiu correndo", contou um aluno ao G1. "Ele lia livros satânicos, falava que ia matar alguns dos colegas. Um dos garotos que foi morto falava que ele fedia e chegou a levar um desodorante para sala", acrescentou outro.