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Alunos aprovados no Sisu contam estratégias para aprovação

Inscrições para o processo do segundo semestre começam nesta terça (4)

  • Foto do(a) author(a) Thais Borges
  • Thais Borges

Publicado em 4 de junho de 2019 às 05:20

 - Atualizado há 2 anos

Quando as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) forem abertas, nesta terça-feira (4), os estudantes baianos vão encontrar 6.809 vagas em universidades federais e estaduais espalhadas entre 32 cidades. Para participar da seleção, que tem ingresso no segundo semestre, é preciso ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2018, assim como aconteceu com o Sisu do início do ano. 

Para ajudar os estudantes, o CORREIO conversou com alguns alunos que já passaram por essa etapa. Cada um contou algumas de suas estratégias para a aprovação – além da rotina de estudos e da preparação anterior à própria prova. Tem desde aqueles que desenvolveram até um sistema próprio de acompanhamento das notas de corte aos que preferem não sofrer por antecipação. 

Calcular possíveis desistências A primeira dica pode até parecer óbvia, mas não é. Hoje no 2º semestre de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o estudante Ronney Ferreira, 32, explica que o primeiro passo é saber exatamente o que o aluno quer. “Eu queria fazer Medicina. Meu critério era esse, então, eu podia ir para qualquer lugar”, lembra. 

Ele pesquisou as notas de corte mais baixas de Medicina, em todo o Brasil, em seleções anteriores. Foi no site de cada universidade que tinha o curso para encontrar a nota de cada último convocado na última chamada. Com isso, pretendia identificar o nível de desistência.“As pessoas desistem muito, por isso, eu fiz uma lista das faculdades que eu tinha mais chance de passar. Anotava todos os dias em que posição eu estava”, afirma Ronney. Se uma nota de corte que, no primeiro dia, era baixa, ficava alta no dia seguinte, Ronney entendia que aquela instituição não era prioridade de ninguém. Assim, acreditava ser mais fácil ser chamado em fluxos de chamada. A cada dia, ele fazia isso – sempre anotando a colocação que ficaria em cada faculdade. 

Desse jeito, foi aprovado pela primeira vez em Medicina na Universidade Estadual do Mato Grosso, na fronteira com a Bolívia. Em seguida, passou na segunda chamada da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). 

No entanto, ele queria ficar em um local mais perto de Salvador. No ano seguinte – o Enem de 2017 para entrada no ano passado –, reduziu as opções. Tentou colocar a nota apenas nas universidades da Bahia, de Sergipe e Alagoas. Resultado: foi aprovado na Universidade Federal de Alagoas, na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e na Ufba. Até o ano passado, ainda era possível escolher duas opções de curso e desistir da segunda opção para ficar na lista de espera da primeira. No entanto, desde o Sisu do início do ano, o aluno que é aprovado na chamada regular não pode participar da lista de espera. 

“Não vale a pena você pensar só no corte da primeira chamada do Sisu, porque a desistência é muito alta. Aquele corte não representa a realidade. Mesmo em Medicina, tem muita desistência. Na Ufba, metade da lista (de aprovados) volta. E eu queria voltar para cá (para a Bahia)”, explica Ronney. 

No entanto, ele reforça: depende do objetivo e da disponibilidade de cada candidato.“Se você quer passar em apenas uma faculdade, isso não serve. Sua nota tem que ser alta”, diz.  Voltar a olhar somente no penúltimo dia A estudante Camila Ramos, 18 anos, chegou a ser aprovada no primeiro Sisu do ano, mas deve se inscrever novamente nesta terça. Depois que terminou o 3º ano no Colégio Vitória-Régia, no ano passado, ela se inscreveu no curso de Engenharia Química, mas não conseguiu nenhuma vaga. Acabou sendo aprovada em Engenharia de Agrimensura na Ufba.  A estudante Camila Ramos (Foto: Almiro Lopes) No entanto, depois de cursar alguns meses, ela percebeu que não gostava da área.“Decidi que ia fazer Farmácia, mas a plataforma do Sisu é melhor do que fazer uma transferência interna, dentro da própria Ufba, para a área de saúde, porque eu precisaria fazer outra prova. Optei pelo Sisu justamente porque não vou ter que fazer outra”, afirma Camila. Assim como Ronney, ela olhou as notas de corte do primeiro semestre na Ufba e na Uneb – da primeira até a quarta chamada. Pelas notas, acredita que deve ser convocada em alguma das duas. 

“O que aprendi do primeiro Sisu é o que estou usando agora. Minha estratégia é me inscrever logo à meia-noite do primeiro dia. Como tenho certeza do curso, só vou voltar a entrar no penúltimo dia. Acredito que ver (as notas de corte) todos os dias dá um desgaste e tira a esperança. Só vai trazer aflição”. 

Manter a escolha até o final Em alguns casos, até o fato de não ter uma estratégia pode ser uma. Foi o que aconteceu com a estudante Ruth Neves, 18, que sempre se interessou por Letras. Em janeiro, foi aprovada no curso de Letras Vernáculas da Ufba, sua primeira opção. 

No entanto, ela diz que não tinha nenhuma estratégia específica para acompanhar as notas. A única coisa que fez foi manter os cursos - os primeiros escolhidos - desde o início da seleção. "Para quem tem afinidade com uma área específica, diria para apostar em um curso com a nota de corte menor que a nota do Enem", indica Ruth. Para quem tem dúvidas sobre o curso em si, ela recomenda uma alternativa típica de universidades como a Ufba ou a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB): os Bacharelados Interdisciplinares, cujas vagas também ficam disponíveis no Sisu, assim como os cursos tradicionais (os chamados Cursos de Progressão Linear). 

"É uma boa maneira de pegar disciplina de alguns cursos e depois de alguns semestres pode definir algum curso que você quer", recomenda.

O verdadeiro vestibular Para a pedagoga e terapeuta sistêmica Luciana Oliveira, coordenadora-geral do Colégio Oficina, é preciso entender que fracassos – não ser aprovado no curso desejado, por exemplo – fazem parte da vida. O ideal é não correr para outras alternativas sem pensar bem sobre elas. “É como se você nunca tivesse pensado em fazer Nutrição, mas, como sua posição te dá condições de passar, você coloca no Sisu para gritar que foi aprovado. Você tem impactos de curto, médio e longo prazo com isso. No curto prazo, a gente toma a vaga de uma pessoa que queria o curso. O segundo é que você mascara uma realidade”, diz a pedagoga Luciana Oliveira. Ela explica que, quando um candidato se inscreve em uma opção para simplesmente sentir que foi aprovado, talvez a mensagem que passe para si é de que precise estudar ‘só um pouquinho’ mais para fazer Medicina, por exemplo. 

“O Sisu é outra mudança paradigmática. Antes, você fazia uma prova que lhe dizia se você foi aprovado ou não. Hoje, você faz uma prova onde vai obter scores e, de posse deles, vai para uma plataforma que é o verdadeiro vestibular. É como se tivesse uma prova em duas fases”, analisa.