Amor de Carnaval: sim, pode durar

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  • Flavia Azevedo

Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 05:30

- Atualizado há um ano

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Se você tá achando impossível que seu romance nascido na folia tenha alguma longevidade, trago boas notícias. Para sempre é tempo demais (esqueça isso), mas é super razoável pensar que esse amor talvez possa ser menos líquido do que você imagina. Diva e Andrea estão aqui pra provar que o sentimento mais sagrado pode, sim, surgir na festa mais profana. E pra ficar. Então, conheça essas duas histórias e depois vai com fé no contatinho que lhe faz perder o fôlego. Mas sem medo, tá? Andrea Dorea (divulgação) Andrea Dorea encontrou Adriano, por acaso, em todos os dias do Carnaval de 1994 "A gente se conheceu, rapidamente, antes, mas do primeiro dia até a Quarta-feira de Cinzas do Carnaval de 1994, nós nos encontramos todos os dias sem marcar ou trocar telefone. Um amigo dele dizia rindo: "todo mundo marca no Carnaval e não se encontra. Vocês não marcam e é só botar o pé na rua e já se encontram. Não é possível!" O Carnaval acabou e continuamos a nos ver, mas pra mim era aquela coisa de Verão, que uma hora iria acabar.

Minha amiga que veio de São Paulo comigo voltou pra casa, a minha melhor amiga e eu nos afastamos, não por ele, mas por outros motivos, e eu segui vivendo esse romance no meu "interminável" Verão, até receber um ultimato do meu pai para voltar pra São Paulo e tomar um rumo. Esse verão acabou na primeira semana de abril, com Adriano se despedindo de mim no aeroporto e eu dizendo "ok, foi bom, a gente não precisa se comprometer, se der a gente se vê no meio do ano ou no final", enfim. Lembro de chegar do aeroporto em casa meia-noite e 1h o telefone tocar, eu atender e do outro lado da linha ele falar: "tomei uma decisão. Eu não quero desistir dessa relação. Vou fazer faculdade no Rio, vou morar lá e podemos nos ver nos finais de semana". Eu perguntei: "você tem certeza?". Ao ouvir a certeza dele, eu topei na hora. Desse dia em diante, são 26 anos de relacionamento, 15 anos de casados (casamos na igreja de Santo Antonio da Barra), um filho de 14 anos, várias aventuras, várias mudanças de cidades e país, muitas alegrias, algumas tristezas e turbulências, dois "intervalos" e a certeza de que não existe o "felizes para sempre", mas sim duas pessoas que esolhem estar juntas e construir um relacionamento diariamente.

Não somos aquele casal que posta foto juntos na internet e faz declarações em público. Sempre procuramos manter a nossa vida em comum e as nossas vidas independentes, ou seja, saímos sozinhos com nossos amigos, viajamos sozinhos, não somos do tipo "casal grude", até porque não acreditamos que é isso que mantém um relacionamento. Aliás, pra mim, esse grude acaba desgastando. Ficar juntos por tanto tempo não é uma escolha fácil porque não existe relacionamento perfeito e nem uma vida sem altos e baixos, mas uma coisa nós temos em comum e acredito que, além do amor que sentimos um pelo outro, isso é o que nos faz continuar juntos. Essa coisa é acreditar que ninguém é obrigado a ficar com ninguém, mas se estamos juntos foi porque escolhemos estar." Diva Brito (divulgação) Diva Brito testou vários "filhos de Gandhy" até que encontrou um pra chamar de "meu" "Conheci Leo no Carnaval de 2006, na madrugada de terça para Quarta-feira de Cinzas. Eu e minhas amigas costumávamos acompanhar o cortejo dos filhos de Gandhy bem de perto e acabava rolando um namorinho com algum componente todos os anos, depois que o Carnaval acabava. A coincidência era tanta que decidimos criar um bloquinho chamado As Noras de Gandhy (com direito a colar de conta rosa e branco e tudo).

Era uma resenha interna esses “namorinhos” que o Carnaval rendia pra mim, em especial. Nessa brincadeira, naquele ano de 2006 encontramos com Gilberto Gil no circuito, e chegamos até a dar um colar rosa e branco pra ele. Nesse ano, o Gandhy chamou mais do que nunca minha atenção, porque eles desfilaram com um turbante azul. Eu evitei ao máximo conhecer rapazes do bloco naquele dia, porque as relações advindas do Carnaval não duravam muito mais que três meses e eu já estava bem desanimada com essas tentativas frustradas.

Queria ficar solteira depois do Carnaval, e aproveitar ao máximo o resto do Verão com as amigas. Então inventei uma personagem pra aquele ano. Mantive o nome (afinal, facilmente um conhecido me abordando acabaria com a minha fantasia) e inventei que eu era argentina, mas que mudei pro Brasil criança. Peguei emprestado o curso que a amiga fazia de Artes Plásticas (enquanto na verdade eu estudava Direito), mudei o que dava pra mudar e tentei ficar atenta pra não passar informações como telefone, por exemplo. Na madrugada de terça pra quarta, eu esbarrei num filho de Gandhy muito gentil que me segurou pela mão e algo me fez parar. Conversamos, nos beijamos, e quando eu pensei em dar tchau pra alcançar minha amiga que tinha seguido em frente ele me disse "eu vou com você" e me acompanhou a noite inteira, até me levar em casa. O fato é que ele, no meio da noite, conseguiu extrair de mim o meu e-mail e eu não me lembrava.

Eu morava no sul da Bahia e viajei de volta pra minha cidade, sem fazer a mínima ideia que ele tinha essa informação (acho que o álcool colaborou). Dias depois, ele me escreveu. Fomos conversando e nos envolvendo até o ponto em que ele demonstrou que estava determinado a me reencontrar e eu resolvi contar a verdade sobre mim. Expliquei que tinha inventado uma personagem porque eu estava cansada dessas histórias de Carnaval que não davam em nada. Ele me desculpou, levou na brincadeira e não desanimou. Disse que precisava conversar pessoalmente comigo.

Depois de três meses e muita conversa, viajou quase 500km pra me encontrar e nos demos conta de que estávamos apaixonados. Começamos um namoro que teve que superar muitos períodos de distância por conta da minha faculdade e do trabalho dele, mas aqui estamos, 14 anos depois, completando dez anos de casados, com um filho de seis e muita história pra contar".