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Bruno Wendel
Publicado em 8 de fevereiro de 2022 às 15:22
- Atualizado há 2 anos
A morte do pequeno Adrian Benjamin, de 2 anos, aconteceu em Saubara, região do Recôncavo baiano, segundo parentes do menino. O garoto estava lá desde o Natal do ano passado, após ter sido levado pela mãe para uma chácara onde o padrasto, principal suspeito do crime, trabalha como caseiro. Momentos antes de deixar Lauro de Freitas, onde morava, Benjamin se queixou das agressões do padrasto e não queria ir com a mãe.>
"Apesar da pouca idade dele, Benjamin era muito esperto, desenvolvido. No dia que a mãe levou ele para Saubara, o próprio Benjamin disse que não era para deixar ele ir, que Tiago batia muito nele", contou a madrinha do menino, Renata Silva Gomes, 19. Ela disse que falou com a mãe do menino, Eulane Beatriz Santana, 19. "Mas ela disse que o filho estava mentindo, que Tiago não fazia essas coisas. Eu e o padrinho não concordamos, mas não podíamos ir contra a decisão da mãe", contou Beatriz. >
A família de Benjamin aponta o padrasto da criança como o autor do crime. Ele até agora não foi localizado. Segundo a avó de criação, o menino foi morto com o uso de uma pá. O tio do garoto, Uanderson Santana, 23, viu o corpo quando a mãe retornou para o Quingoma, localidade de Caji, bairro de Lauro de Freitas. "Estava na casa dela. O menino estava com o rosto desfigurado e sangramento na nuca", relatou ele, que é padrinho do menino. >
Ainda no mesmo dia da ida de Benjamin a Saubara, a bisavó do menino, Maria das Dores Rosa Silva, 59, pediu para Eulane não ir. "Falei para a minha neta não ir. Disse a ela: 'Pra quê passar o Natal longe da gente, Eulane ? Num local deserto, com duas crianças? Sua família somos nós'. Mas não me ouviu. Parece que estava adivinhando que uma desgraça ia acontecer", desabafou Maria das Dores. >
Decidida, Eulane foi para Saubara levando Benjamin, fruto de um relacionamento anterior, e sua filha recém-nascida, de dois meses, que teve com Tiago. A mãe do padrastro também foi junto. >
Premeditado A chácara onde Tiago é caseiro fica na Praia de Cabuçu. No local há um estábulo, onde o menino teria sido encontrado caído. O tio de Benjamin disse que o crime foi premeditado. "A mãe disse que Tiago chamou e ele para ir ver os cavalos. Benjamin era doido por cavalos. Horas depois, Tiago voltou sem o menino. Eulane perguntou e ele disse que não sabia. Ela foi procurar e encontrou o filho no chão do estábulo", contou Uanderson. >
Os parentes não souberam dizer exatamente quando de fato correu a morte de Benjamin. Eles apenas reproduzem as declarações de Eulane. Eles acreditam que ela ainda não falou toda a verdade. "Ela não é direta no assunto. A gente perguntou, mas ela não fala tudo. A gente não sabe quando ele morreu, como ela trouxe ele para cá e porque não ligou para nos para pedir ajuda. Tem muita coisa sem explicação e nós queremos respostas e que a justiça seja feita", desabafou a bisavó do garoto, Maria Dolores.>
Ela disse ainda que outra pessoa que pode ajudar a esclarecer o que realmente aconteceu é a mãe de Tiago, que viajou junto. "Ela estava lá, ela deve saber de mais alguma coisa. Se fosse para defender o filho, ela não teria voltado com Eulane. Mas a gente não está no coração de ninguém. Antes de tudo, ela é mãe de Tiago", declarou.>