Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2019 às 09:26
- Atualizado há 2 anos
Exatamente um ano após ser alvo de uma facada na campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro foi recebido na manhã desta sexta-feira, 6, por um grupo de cerca de 40 pessoas na saída do Palácio da Alvorada que cantou "parabéns" em sua homenagem. Bolsonaro tem mantido o hábito de falar com apoiadores que o aguardam na entrada e saída da residência oficial da Presidência.>
Normalmente, o presidente também conversa com jornalistas na saída da Alvorada, mas nesta sexta disse que só responderia perguntas sobre o seu "aniversário" ou sobre as comemorações de 7 de setembro, Dia da Independência. "Há um ano eu nasci em Juiz de Fora", disse o presidente, em referência à cidade mineira onde foi esfaqueado e inicialmente atendido. "Amanhã (sábado, 7) quero todo mundo de verde e amarelo", afirmou sobre as comemorações de 7 de Setembro.>
Médicos Enquanto boa parte do Brasil se preparava para o feriado de 7 de setembro de 2018, um trauma no abdômen na região central de Juiz de Fora (MG) mudaria a vida de muitos. No caso de Luiz Henrique Borsato, cirurgião da Santa Casa de Misericórdia de plantão naquela tarde, seria travada uma corrida contra o tempo>
Reconhecido como o "médico que salvou Jair Bolsonaro" da facada desferida por Adélio Bispo - que está preso desde então -, Borsato destaca que a rapidez e a eficiência no atendimento beneficiaram o então candidato. "A primeira hora após o acidente é muito importante. A medida em que o tempo vai passando, o paciente vai se tornando cada vez mais grave", disse ao jornal O Estado de S. Paulo. O atentado a Bolsonaro completa um ano nesta sexta-feira (6).>
O trajeto entre a Rua Halfeld, local do atentado, e a Santa Casa foi percorrido em cerca de dez minutos. Bolsonaro já recebia os primeiros procedimentos que lhe salvaram a vida. "Estávamos no centro cirúrgico na hora, e já havíamos realizados outras cirurgias no dia. Ele foi levado para a equipe de médicos emergencistas, que realizaram o primeiro socorro rápido, e fizeram a tomografia", diz o cirurgião, que faz questão de ressaltar o trabalho de todos os envolvidos.>
A hemorragia era um risco real para Bolsonaro, que perdeu quase um terço do volume comum de sangue, necessitando de quatro bolsas de reposição. "Ele perdeu entre 1,5L e 2L de sangue, isso porque conseguimos intervir e parar o sangramento".>
No primeiro contato com o paciente, Borsato descreve que "ele estava confuso e se queixava de dor, não falou mais nada". No dia seguinte, antes de ser transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, Bolsonaro agradeceu ao cirurgião por tudo o que havia sido feito.>
Questionamento comum é o fato de não ter havido sangue aparente após a facada. O cirurgião disse estar acostumado a responder sobre o tema, e não se incomoda com as teorias conspiratórias que envolvem seu trabalho. "Se não fosse uma figura pública, ninguém falaria isso.">
Separando o que considera "ato político" do "lado médico", Borsato não acredita que as desinformações tenham efeitos negativos, e destaca que "nossa vida cotidiana, no último ano, continua a mesma". Para ele, tudo faz parte do campo político, não sobre sua atuação técnica. "As pessoas são livres para terem suas opiniões".>
No caso da cirurgia de hérnia, que será realizada domingo, a quarta no abdômen de Bolsonaro, Borsato afirma que, em algum momento, a mesma intervenção provavelmente seria realizada. "Todo paciente submetido a uma cirurgia abdominal tem o risco de desenvolver hérnia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>