Após aprovação da Anvisa, enfermeira Mônica Calazans é primeira vacinada no Brasil

Enfermeira recebeu a vacina momentos após aprovação da Anvisa

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  • Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2021 às 15:40

- Atualizado há um ano

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Uma mulher, negra e enfermeira foi a primeira pessoa em solo brasileiro a receber a vacina contra a covid-19. A enfermeira Mônica Aparecida Calazans tem 54 anos e trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. A instituição é referência no tratamento de doenças infecciosas.

A vacinação aconteceu momentos após a Anvisa liberar o uso emergencial da Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria, no Brasil, com o Instituto Butantan. A Anvisa também autorizou neste domingo, o uso da vacina da Oxford. O governador de São Paulo João Doria acompanhou a vacinação.

"Em primeiro lugar, quero agradecer à Deus, em segundo lugar dizer que tenhor orgulho do meu trabalho na UTI do Emílio Ribas. Falo para que a população acredite na vacina. Vamos pensar em quantas vidas, famílias, nós perdemos. Diante disso, tomei coragem e participei. Estou muito orgulhosa. 54 anos, negra, tenho muito orgulho. Como brasileira, eu falo, não tenham medo, vamos nos vacinar. Estamos lidando com o invísivel. É a nossa grande chance. Estou na pandemia há dez meses, trabalhando em dois hospitais. É a chance de salvar mais vidas. Vamos nos vacinar"

Do grupo de risco, ela é obesa, hipertensa e diabética. "Ainda assim, em maio, no auge da chamada primeira onda da epidemia do coronavírus no estado, decidiu se inscrever para as vagas de enfermagem abertas no regime de CTD (Contrato por Tempo Determinado). E escolheu o Emílio Ribas para trabalhar. Mônica mora em Itaquera, na zona leste da capital paulista, e trabalha na UTI em dias alternados, em escalas de 12 horas. O setor tem 60 leitos exclusivos para pacientes de Covid-19", destacou a colunista. 

Mônica trabalhou como auxiliar de enfermagem por 26 anos e se formou enfermeira aos 47 anos. Ela é viúva e mora com o filho, de 30 anos. Ainda cuida da mãe, que tem 72 anos e vive sozinha em outra casa. Segundo informação dada pela assessoria do governo de SP, um irmão da enfermeira ficou internado por 20 dias para se tratar da doença. 

 Ela foi a vencedora do 1º prêmio Notáveis, na categoria “Heroína do Ano”, exibido pela CNNBrasil no dia 13/12. O prêmio representa um reconhecimento para todos os enfermeiros, médicos e profissionais da saúde que estão na luta contra o Coronavírus. “Foi de suma importância a enfermagem nesse caos. Tivemos comprometimento, solidariedade e cuidado, para que a população percebesse o quão nosso papel é fundamental”, comentou ao receber a premiação.