Após assassinatos, Polícia Civil terá operação para tentar coibir crimes na Barra

Onda de violência na Barra assusta moradores e espanta turistas a dois meses do Verão

Publicado em 16 de outubro de 2021 às 16:40

- Atualizado há um ano

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Um dia após o assassinato do guardador de carros Maurício Lima Santos, 30 anos, atingido por disparos de arma de fogo entre as ruas Dias D'Ávila e Marques de Leão, nesta sexta (15), em mais um crime na escalada da violência na Barra, a Polícia Civil vai lançar neste domingo (17) a operação Barra em Paz.

A força-tarefa terá da Polícia Militar, Secretarias Municipais de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e Ordem Pública (Semop), além da Guarda Civil Municipal (GCM) para tentar coibir a violência contra moradores e turistas.

A delegada titular da DT/Barra, Mariana Ouais, explicou que o plano de ações levará em conta as características do bairro, a chegada do verão, que aumenta a circulação de turistas e moradores, e nos episódios envolvendo grupos criminosos na região.

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“A Polícia Civil está capitaneando essa iniciativa, que vai contar com o reforço no policiamento, ampliação do funcionamento da DT, blitz e abordagens em pontos estratégicos, dentre outras ações”, disse a titular.

“Vamos averiguar a circulação de armas e drogas, além de verificar possíveis mandados de prisão em aberto”, acrescentou Mariana. 

Uma equipe da Operação Sílere também deve fiscalizar aglomerações e o volume de aparelhos sonoros.

Onda iniciada há dois meses avança mesmo com medidas

Um dos mais badalados e frequentados pontos turísticos da orla de Salvador, a Barra acumula episódios de violência nos últimos meses, principalmente no Porto. Mesmo com mudanças no comando do policiamento e garantias de reforço na segurança, a onda de crimes relatada em sucessivas reportagens do CORREIO segue sem freios.  

Em 16 de agosto, um casal em situação de rua que tinha um barraco no local foi atacado em um incêndio criminoso no Porto da Barra. Dias depois, o homem e a mulher morreram por complicações causadas pelas queimaduras.

Em dia 5 de setembro, Rodrigo Cerqueira de Jesus, mais conhecido como Tosca, foi assassinado durante um tiroteio em uma das ruas do Porto da Barra. A mãe da vítima e uma terceira pessoa foram baleadas na ocasião.  

No dia seguinte, o corpo de um homem apareceu boiando no Porto, com os pés amarrados e marcas de violência.  

Duas semanas depois, em 21 de setembro, um homem com problemas mentais apavorou quem curtia a praia do Porto da Barra. Com uma faca em mãos, ele invadiu a faixa de areia e ameaçou banhistas. A Guarda Civil Municipal (GCM) foi chamada e conseguiu mobilizá-lo. 

No último domingo, em meio ao feriadão do dia 12, Uéslei Nielson Cruz Santos, de 28 anos, estava na na praia do Porto da Barra, por volta das 19h, quando foi executado a tiros ao lado de familiares, amigos e demais banhistas. Antes de apertar o gatilho, o atirador chamou o que se supõe ser o apelido de Uéslei: “Meio-Dia”. 

Os recorrentes episódios resultaram na troca de comando da 11ª Companhia Independente da PM, responsável pela Barra. Em 10 de setembro, o posto foi assumido pelo major Uildnei Carlos do Nascimento, que substituiu o major Jailton Carvalho de Santana. Após ordenar a intensificação no policiamento e pedir apoio dos serviços de inteligência das polícias Civil e Militar, o major assegurou que atuaria sem tréguas para conter a onda de violência.

Reforço no patrulhamento motorizado, ampliação do efetivo nas bases móveis e realização de abordagens foram as primeiras medidas anunciadas. O novo comandante adiantou ainda a possível instalação de câmeras com reconhecimento facial em locais estratégicos.