Após atraso na entrega de vacinas, Salvador inicia imunização de crianças neste sábado

A entrega do Ministério da Saúde foi reprogramada três vezes em menos de 24 horas

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  • Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo AFP

O atraso foi grande por parte do Ministério da Saúde, mas enfim Salvador vai poder iniciar a vacinação de crianças para a covid-19. Com o mote ‘Dia da Criança é Dia de Vacina’, a prefeitura da capital começa neste sábado (15), das 8h às 16h, a imunizar os pequenos. 

No total, serão oito pontos fixos para a aplicação da dose da Pfizer para as crianças com 11 anos de idade. Crianças de 5 a 11 anos com deficiência permanente (motora, auditiva, visual e intelectual), por sua vez, também serão contempladas. Três pontos funcionarão exclusivamente para atendimento dos pequenos com deficiência. Não haverá drive-thru. (Veja toda a estratégia no box abaixo). 

A expectativa era que a campanha fosse iniciada na sexta-feira (14), mas problemas de logística do Ministério da Saúde atrasaram a primeira remessa das vacinas pediátricas da Bahia. Inicialmente, era esperado que os imunizantes chegassem durante a madrugada, depois o prazo passou para a manhã de sexta. O imbróglio só foi solucionado quando o lote finalmente chegou no aeroporto de Salvador, por volta de 15h. O estado recebeu 88,2 mil doses, um aumento de 17% em comparação com as 75 mil previstas. 

Conforme a cidade receba novas doses, a idade necessária para se imunizar vai diminuir até chegar ao mínimo de 5 anos, em estratégia similar à adotada para a imunização de adultos e pessoas acima dos 12 anos. 

A secretária de Saúde da Bahia, Tereza Paim, afirmou que o estado não vai mais exigir o termo de recomendação preenchido pelos responsáveis para vacinação das crianças. O documento era uma orientação do Ministério da Saúde e não é cobrado em nenhuma outra vacina infantil.

“Pais ou responsável têm direito por sua criança. E isso foi acatado na reunião bipartite (da CIB). Pai, mãe ou responsável que levar seu filho vai vacinar só vai precisar de um mecanismo comprovação, um documento, de que é o responsável”, explicou Paim em entrevista à TV Bahia.

Outra recomendação que pode acabar sendo deixada de lado na capital é a necessidade de que a criança fique em observação depois de receber a primeira dose. “Tem que aguardar 20 minutos para ver se vai ter alguma reação adversa e só assim será liberada. Porém, se tiver risco de aglomeração, se por conta disso, tiver grandes filas, eu vou abrir mão dessa exigência. E aí pode vir Ministério da Saúde ou outro órgão para adotar as providências que acharem cabíveis”, deu o recado o prefeito Bruno Reis. 

O município esperava receber 17 mil doses, mas tem 20 mil recadastrados com essa faixa etária no sistema. Somente na última semana, mais de seis mil crianças foram cadastradas no Sistema Único de Saúde (SUS) de Salvador, com intenção de ter acesso à primeira dose da vacina. 

A atualização cadastral é obrigatória para a capital e pode ser feita pelo site (www.recadastramento.saude.salvador.ba.gov.br) ou presencialmente em uma das 155 unidades básicas da rede municipal. Até o momento, mais de 155 mil crianças estão cadastradas e fazem parte do público alvo total da vacinação em Salvador.

Ocupação de leitos pediátricos é maior do que a de adultos

Enquanto o início da vacinação atrasou, a taxa de ocupação dos leitos pediátricos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) destinados à covid-19 está mais alta do que a dos adultos. Em Salvador, a taxa de ocupação pediátrica chega a 70%, com seis leitos disponíveis, segundo dados disponibilizados pela Sesab na sexta-feira (14). No estado, a taxa de ocupação é de 66% e dez vagas ainda estão abertas na UTI.

A ocupação, duas semanas após as festas de final de ano, é maior se comparada com o mesmo período do ano anterior. Em 14 janeiro de 2021, a taxa de ocupação da UTI pediátrica em Salvador era de 63% e, no estado, de 57%. Entretanto, a oferta de leitos diminuiu de um ano para o outro. 

Entre janeiro de 2021 e este mês, a capital reduziu em 26% o número de leitos de UTI para covid-19 em crianças, antes eram 27 e agora 20. Já no estado, a redução foi menor, cerca de 17%. No ano passado foram disponibilizados 35 leitos e agora são 29.

A médica infectologista Áurea Paste explica que como a vacinação entre os adultos avançou nos últimos meses, as crianças se tornaram o alvo da infecção: “Os adultos se tornam mais protegidos e a população não vacinada se torna mais vulnerável. Então, quem não tomou vacina, adulto ou criança, fica mais vulnerável por não ter a proteção que a vacina confere”. 

Atualmente, a capital está com 65% de ocupação dos leitos UTI para covid-19 em adultos e o estado com 66%. A infectologista também ressalta que, apesar das complicações graves da covid-19 serem menos comuns em adultos, o ideal é que a maior quantidade possível de pessoas se vacinem.

 “Quanto mais pessoas contaminadas e doentes, maior o risco de ter crianças também com o quadro mais grave, principalmente aquelas que já possuem alguma doença de base”, acrescenta Áurea Paste. 

Por sorte, as pequenas Isabela, 8, e Giovanna, 5, não desenvolveram o caso grave da doença quando foram infectadas pelo coronavírus. A mãe, Priscila Lima, conta que cinco pessoas da família, incluindo ela, testaram positivo em julho do ano passado. As duas meninas apresentaram sintomas leves, como febre, e por poucos dias.  Priscila Lima e as filhas Isabela e Giovanna (Foto: Arquivo Pessoal) Priscila não hesita em dizer que pretende imunizar as meninas mais novas: “Com certeza vamos vaciná-las, estou bem ansiosa”. Ela conta ainda que acabou flexibilizando as medidas restritivas da pandemia e que as filhas frequentam escola e atividades esportivas e, por isso, acredita que a vacinação é importante. 

A médica Áurea Paste destaca ainda que os pais devem levar os mais novos até os postos de vacinação: “A vacina é segura. Mais de milhões de crianças já foram vacinadas no mundo todo contra a covid-19 e os efeitos colaterais são mínimos”.

CONFIRA A ESTRATÉGIA DE VACINAÇÃO: 

CRIANÇAS COM 11 ANOS COM NOME NO SITE DA SMS ACOMPANHADAS DO PAI OU MÃE

No ato da vacinação deve apresentar originais e cópias do documento de identificação com foto do pai ou da mãe que estiver acompanhando, cartão de vacinação e documento de identificação da criança. No ato da vacinação será preenchido Formulário da Vacinação. 

CRIANÇAS COM 11 ANOS COM NOME NO SITE DA SMS ACOMPANHADAS DE OUTRO RESPONSÁVEL MAIOR DE 18 ANOS

No ato da vacinação deve apresentar o formulário de vacinação já preenchido pelo pai ou pela mãe, originais e cópias do documento de identificação com foto do pai ou da mãe que assinou o Formulário de Vacinação, cartão de vacinação e documento de identificação da criança. 

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA DE 5 A 11 ANOS ACOMPANHADAS DO PAI OU MÃE

No momento da vacinação é necessário levar originais e cópias do documento de identificação com foto do pai ou da mãe que estiver acompanhando a criança, cartão de vacinação, documento de identificação com foto da criança, relatório médico que comprove a deficiência e cartão sus de salvador. No ato da vacinação será preenchido Formulário da Vacinação. 

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA DE 05 A 11 ANOS ACOMPANHADAS DE OUTRO RESPONSÁVEL MAIOR DE 18 ANOS

Crianças acompanhadas por outra pessoa responsável (maior de 18 anos) que não seja pelo pai ou pela mãe, deverão apresentar no ato da vacinação: o formulário de vacinação já preenchido pelo pai ou pela mãe, originais e cópias do documento de identificação com foto do pai ou da mãe que assinou o Formulário de Vacinação, cartão de vacinação e documento de identificação da criança, relatório médico que comprove a deficiência e cartão sus de Salvador. 

PONTOS FIXOS - 8h às 16h

CRIANÇAS COM 11 ANOS

Arena Fonte Nova, Clube de Periperi, USF Cajazeiras V, 5º Centro de Saúde (Barris), Parque da Cidade, CSU Pernambués, USF Cambonas e USF Curralinho.

CRIANÇAS COM DEFICIÊNDIA DE 5 A 11 ANOS 

USF Beira Mangue, APAE (Pituba) e NACPC (Ondina).

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo.