Após Bolsonaro vetar compra, Anvisa autoriza importação de 6 milhões de doses da vacina CoronaVac

Imunizante está sendo produzido por laboratório chinês Sinovac Biotech

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Publicado em 23 de outubro de 2020 às 19:16

- Atualizado há um ano

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Nesta sexta-feira (23), a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac, imunizante contra a covid-19 que está sendo fabricado pelo laboratório chinês Sinovac Biotech. A decisão se deu mesmo após o presidente Jair Bolsonaro desautorizar a compra de 46 milhões de doses por parte do Ministério da Saúde.

Ainda sem registro no Brasil, a CoronaVac está no estágio 3 de testes e teve a solicitação de importação feita pelo Instituto Butantan. Segundo o governo federal, a importação foi feita em caráter excepcional. Em sua decisão, a Anvisa afirmou que "a utilização do produto ficará condicionada à obtenção de seu registro sanitário" e que é de responsabilidade do importador garantir a eficácia, segurança e qualidade do produto.

Além disso, no pedido, o Instituto Butantan disse que a autorização poderia "antecipar a disponibilização [da vacina] à uma parcela da população brasileira, conforme recomendação de uso pelo Ministério da Saúde".

Impasse

Na terça-feira (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a intenção de compra das primeiras 46 milhões de doses da CoronaVac. No entanto, na quarta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro bradou em letras maiúsculas, o que na linguagem de internet quer dizer estar gritando, que a vacina a ser produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, testada no Brasil pelo Instituto Butantan, "NÃO SERÁ COMPRADA", escreveu.

A atitude do presidente, no entanto, não agradou muita gente. Governadores de diferentes partidos e regiões do país, entre eles João Doria, de São Paulo, que tem travado um conflito com o presidente com relação à vacina, criticaram a decisão do governo de suspender o acordo de compra da vacina. Eles classificaram a decisão de "política, eleitoral e ideológica" e cogitaram até acionar a Justiça para que os Estados tenham acesso a todas as vacinas.

Nesta quinta-feira (22), Doria chegou a afirmar que Bolsonaro comete um 'ato criminoso' ao vetar compra da vacina. O governador de São Paulo declarou que, caso não seja solucionado, o impasse pode acabar na Justiça.