Arrastão nesta quarta (6) vai ter Léo Santana e Danniel Vieira

Psirico não participa da festa por questão logística. Kannário e Magnata também estão fora

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 6 de março de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva
Carlinhos Brown, 2001 por foto: edmar melo

Como tem acontecido há quase 30 anos, nesta Quarta de Cinzas (6), acontece mais um arrastão no circuito Barra-Ondina. Desta vez, quem comanda a festa é Léo Santana, que parte do Farol da Barra às 10h e segue até Ondina. O cantor promete receber amigos para cantarem com ele, mas ainda não revelou quem são os convidados. Léo é, pela segunda vez seguida, a principal atração do arrastão. No ano passado, Lincoln Sena e Compadre Washington cantaram com ele. Daniela com a Timbalada, em 1994 (Foto: Alice Ramos/Arquivo Correio) Danniel Vieira também vai participar do arrastão, mas em um outro trio. O músico, que já participa da festa na Quarta de Cinzas pela quarta vez, receberá Tayrone, Hiago Danadinho e Zé Felipe (filho do sertanejo Leonardo). Haverá ainda a participação de Valshow, um motoboy que é cantor amador e sonha em cantar num trio pela primeira vez. Danniel então resolveu proporcionar essa alegria ao rapaz. 

Nesta terça (5), houve rumores de que Psirico, Kannário e Magnata participariam da festa. A Psi, no entanto, não poderá fazer o arrastão por questões logísticas, já que, segundo sua assessoria, há um outro show marcado e não há tempo para fazer as duas apresentações. Kannário seria convidado de Márcio Victor e, por isso, também não vai. A assessoria do Magnata -da banda La Fúria - informou que a participação do cantor nunca foi anunciada e trata-se de um boato.

História Até o início dos anos 1990, era o encontro de trios na Praça Castro Alves que reunia os foliões no último dia de festa. Mas com o crescimento do circuito Barra-Ondina, aquela área começou a atrair as atenções e, aos poucos, as grandes atrações do Carnaval começava a se deslocar para lá. Marisa Monte, em 1999 (Foto: Sora Maia/Arquivo Correio) Atento ao novo cenário que se desenhava, Carlinhos Brown levou a recém-criada Timbalada para o Farol. A banda começava a despontar com sucessos como Mulatê do Bundê, Beija-Flor e Namoro a Dois. Em 1994, Daniela Mercury foi uma das convidadas e cantou Toque do Timbaleiro.

Em 1996, o arrastão com a Timbalada seguiu até as 15h, com a participação de Gilberto Gil. Caetano, que era presença certa na Castro Alves, naquele ano preferiu se juntar a Brown. Era a prova de que a Barra iria mesmo rivalizar com o Centro. Gil, Daniela e Carla Cristina, em 2003 (foto: Edmar Melo/arquivo CORREIO) Enquanto isso, a Praça Castro Alves tinha Armandinho, Osmar Macêdo, Tonho Matéria, Gerônimo e Cid Guerreiro. Naquele ano, Brown disse que iria seguir a até o Rio Vermelho, mas o trânsito não permitia. Afinal, a cidade precisava retomar sua rotina. Pior ainda havia sido no ano anterior, quando o Cacique queria ir até Itapuã. A folia durou até as 16h. 

Aos poucos, a festa começou a se firmar e tornou-se um dos momentos mais esperados do Carnaval baiano. Mas cresceu tanto que chegou a incomodar a igreja. Já naquele ano, o cardeal e arcebispo primaz do Brasil na época, dom Lucas Moreira Neves, fez publicamente uma reclamação contra o prolongamento da festa. Ivete Sangalo, em 2010 (foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) Mas negou que houvesse feito um pedido formal para que as entidades organizadoras acabassem com a comemoração na Quarta de Cinzas. "Não pedi nada. O que fiz foi um protesto enégico como pastor e cidadão, porque a Quarta-Feira de Cinzas é um momento de penitência e celebração religiosa para os católicos". Márcio Victor, quer pela segunda vez seguida não vai ao Carnaval ( Não adiantou a reclamação do arcebispo e o arrastão continuou crescendo. Em 1999, o arrastão Barra-Ondina consolidou-se como o evento de encerramento do Carnaval baiano, ultrapasando a Praça Castro Alves em importância. Naquele ano, Armandinho também foi para a Barra, assim como Ivete.

Marisa Monte, que se tornaria parceira frequente de Brown, foi presença ilustre no trio do músico, novamente, como já havia afeito em anos anteriores. Brown recebeu ainda Fafá de Belém e Luiz Caldas.

Poucas horas antes, Daniela Mercury havia feito o percurso na "contramão", saindo de Ondina para a Barra. Gilberto Gil estava no trio da cantora.

No ano em que se despedia da Banda Eva, Ivete, que já ensaiava despontar como estrela nacional, lançou o seu trio Maderada e fez o lançamento de sua carreira solo. E ela, claro, se tornaria a protagonista do circuito até 2016. "Vou passar o bastão para outros artistas", disse a cantora quando anunciou sua despedida.

Com a queda da popularidade do axé, o arrastão começou a ter um repertório mais próximo do pagode e passaram a brilhar no circuito Léo Santana e Psirico.