Arte e Amadurecimento

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  • Cesar Romero

Publicado em 4 de janeiro de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

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O que se pode chamar de um artista visual amadurecido? Aquele que tem uma iconografia sólida, original, avaliada por especialistas e premiações importante. As avaliações sistemáticas, constantes, dão conta de seu amadurecimento. Seus trabalhos estão em museus importantes e é referência para trabalhos de críticos de arte, historiadores, pesquisadores. Suas passagens pelo tempo que viveu foram marcantes.

No Brasil temos Alfredo Volpi, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Iberê Camargo, Antonio Maia, Di Cavalcanti (foto), Cândido Portinari, Oswaldo Goeldi, Lasar Segall, Ligia Clarck, Hélio Oiticica e Lígia Pape. Estes deixaram um legado vigoroso como criadores. Tiveram tempo suficiente para meditações, acompanhar sua época e dialogar com seus pares. Nesta época a crítica de arte (1960 – 1980) estava em seu auge e escreveram muito sobre a criação desses artistas, formaram um registro fantástico. Hoje é fácil encontrar referências sobre a obra de cada um. 

Um artista tem obra amadurecida, quando tem uma linguagem pessoal, de fácil identificação em que se aprofundaram e se revelaram. Tem seu abecedário saído de suas vivências, de seu entorno. Sua essência se mantém lógica e coerente. Nesta época, anos de 1960 a 1980, quase todos os jornais e revistas tinham seus críticos e colunas fixas, destacando-se Jacob Kintowitz, Geraldo Edson de Andrade, George Racz, Frederico Moraes, José Roberto Teixeira Leite, Walmir Ayala, Mario Barata e Alberto Beuttenmuller. 

Hoje a crítica de arte perdeu seus espaços. Muitos artistas de nomeada, não possuem avaliações de especialistas. A crítica de arte deve se comportar como reveladora de valores, ser reflexiva é um elo entre artista e público. No amadurecimento de um artista ele pode ter diferentes momentos, fases em que é menos criativo ou repetitivos, mas o conjunto da obra sustenta, é reveladora de talento. A obra é um conjunto sustentável de produções merecedoras de reconhecimento, referências positivas.

Nenhum artista é bom por todo tempo. Acaso não faz obra, nem sorte também. É importante se fazer justiça quanto à longevidade e deixar claro que amadurecimento, em um sentido mais amplo, não está relacionado à idade do individuo, e sim às experiências e aos aprendizados que se acumula. Um objetivo persistente, estimulante, aprimoramento de habilidades, motivação, foco e encorajamento.

Alguns artistas tiveram vidas curtas, mas deixaram uma obra vigorosa e amadurecida como: Jean-Michael Basquiat, Keith Haring, Ives Klein, Amadeu Modigliani, Caravaggio e os brasileiros Tunga e Leonilson. O tempo ajuda no amadurecimento, mas não é o fator principal.