Arte feminina, preta e online na Cidade da Bahia

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  • Flavia Azevedo

Publicado em 2 de abril de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Indaiá Oliveira em Diário de uma Vagina (Foto: Grasca Souto/Divulgação) Diário de uma  Vagina

O assunto é sério, mas o espetáculo é pra rir. A comédia teatral conta a história de uma "pepeca" atormentada pela vida que sua dona leva. Problema, como sabemos, é a relação entre gêneros. O monólogo, então, dá voz à oprimida até a parte mais barra pesada, que envolve violência. Lucas Bertolucci, responsável pela direção e texto, conta que a inspiração veio de conversas com amigas e que, em tom de humor, traz para o público reflexões sobre a relação sexual.  “Os ensinamentos da peça para o público masculino são os erros cometidos por eles com as mulheres. O relato da personagem faz com que os homens se vejam no contexto e sintam o que as mulheres realmente pensam de seus atos”.

SERVIÇO

O que: I Mostra de Teatro Solo Stella Maris Convida - solo Diário de uma Vagina  com Indaiá Oliveira Quando: 06 de abril, às 18h Onde: no canal da Mostra Stella Maris Convida, no Youtube

Eddy Veríssimo em Sobejo (Foto: Sidney Rochart/divulgação) Sobejo

Escrito em 2012 pelo ator e dramaturgo Luiz Buranga, com o título de Fred não é Freud, o espetáculo surge de uma memória de infância do autor a respeito da violência doméstica sofrida por uma tia no interior da Bahia. Três anos depois da concepção do texto, ele resolve montar o espetáculo e convida a atriz Eddy Veríssimo para fazer o seu primeiro trabalho solo. A partir daí surge Sobejo.

O espetáculo conta a história de uma dona de casa que depositou apostou na felicidade esperada do casamento e teve os sonhos frustrados pelas agressões de um marido violento. Em um misto de flashbacks e depoimentos, o público conhece uma mulher, como tantas, enclausurada em suas memórias, detalhando um cotidiano cruel.

SERVIÇO

O que: I Mostra de Teatro Solo Stella Maris Convida - Exibição do solo  Sobejo Quando: sábado, 10 de abril, às 18h Onde: canal do youtube da Mostra Stella Maris Convida

A  I Mostra de Teatro Solo Stella Maris Convida tem o apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Sanara Rocha em Corpo Ebó (Foto: Divulgação) Idealizada pela feminista negra, produtora cultural e artista interdisciplinar, Sanara Rocha, a plataforma Futurismos Ladino Amefricanas (F.L.A) apresenta a obra A Mulher Sem Cabeça, uma performance-ensaio rito-musical dividida em dois experimentos audiovisuais: uma vídeo-performance intitulada Corpo Ebó, prenúncio para a ficção futurista e o audiovisual A Mulher Sem Cabeça.

As performances - que não se complementam nem dependem uma da outra - dizem de uma mesma poética e tecnologia de resistência e enfrentamento, ao se apoiarem em uma mesma imagem, o corpo poético negro-feminino, como tecnologia de resistência ao colonialismo.

Com referência no ebó, um rito de re-equilíbrio de energias internas e externas, de limpeza e fortalecimento da energia vital, Corpo Ebó representa a tecnologia de fuga pela linguagem da dança.

Ao afrontar uma sociedade que ainda marginaliza as práticas afro-religiosas, o ebó é um rito subversivo, ocupação urbana, corpo-resistência, tecnologia de cura anticolonial, corpo-feitiço, corpo- trabalho contra os males coloniais, corpo que quer ser visto na encruzilhada, exibindo a sua fartura, vinho, charuto, carne, farofa, abundância à meia noite para servir de alimento aos corpos em trânsito ou como pistas de rotas de fuga coloniais próximas. É nesse sentido que a performance se torna um mantra e convida ao transe-ritual que busca reprogramar a mente de quem o assiste. 

Já A Mulher Sem Cabeça, uma ficção autobiográfica da artista, é uma fábula em realismo fantástico que se apoia na linguagem da performance audiovisual para contar uma história ficcional-autobiográfica. Na trama, o alter-ego de Sanara busca meios de romper com os limites e violências psíquicas impostos pela colonialidade para um corpo negro feminino, através de tecnologias e saberes ancestrais que lhe dão o sustento para experimentar novos processos de reinvenções de si. 

A obra traz a história de uma mulher que, ao acordar um dia sem cabeça, decide procurar meios fantásticos para reinventá-la e reinventar a si mesma.

Temas como o que é mulher negra no Brasil, as expectativas para esse corpo e sua performance social, importância e prioridades dadas as complexidades e os atravessamentos que envolvem um corpo negro-feminino em diáspora, são presentes no roteiro o debate da máscara da "mulher negra universal", mecanismo que dificulta o reconhecimento e compreensão de quem essas pessoas são e suas raízes diante de uma cabeça, um orí, que é transformado em domínio público, histórico e comunitário pelo colonialismo.

O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Matos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.

Serviço 

O que: Performances Corpo Ebó e A Mulher Sem Cabeça 

Onde: Youtube - Futurismo Ladino Amefricanas  https://www.youtube.com/channel/UCjB8_JAp-F8hyvkwvRUVeog