Artigo: Fiol e a locomotiva econômica baiana

A entrada em operação da ferrovia poderá facilitar de forma estratégica o escoamento da produção

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  • Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2020 às 15:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Gondiberto Filho

De vagão à locomotiva do desenvolvimento econômico do país. É o que a Bahia tem se tornado, graças à solidez, investimentos públicos responsáveis e ambiente de negócios seguro que o Estado tem oferecido aos investidores. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) será, sem dúvidas, um grande propulsor para esta locomotiva. Por isso, é de se comemorar muito o anúncio feito pela Valec, empresa responsável pela obra, que acaba de fechar parceria com o Exército Brasileiro, para a retomada da construção da ferrovia, mesmo em meio a uma crise econômica mundial devido à pandemia do Covid-19. 

Líder nacional na produção de 11 bens minerais, a entrada em operação da Fiol poderá facilitar de forma estratégica o escoamento da produção baiana, que no traçado da ferrovia terá como destaque rochas silicáticas (granitos, quartzitos, gnaisses e similares), rochas carbonáticas (mármores, calcários e similares), além de níquel e vanádio. Em Brumado, já existe uma produção regular de magnesita, que é transportada pela Ferrovia Central Atlântica (FCA), para Minas Gerais e para o Porto de Salvador. Essa produção poderá ter outra opção de escoamento, com a nova ferrovia, para o Porto de Ilhéus. 

Em Caetité é produzido o urânio, que é exportado para a França, onde pode ser enriquecido, cuja produção sai pelo Porto de Salvador, podendo utilizar a ferrovia e sair também pelo Porto de Ilhéus. Neste município tem também a importante mina de ferro da Bamin, que deverá entrar em produção ainda em 2020. 

A Fiol poderá contribuir ainda com o escoamento de outros minerais, a exemplo do manganês, produzido em Barreiras e Correntina. Vale lembrar que existe próximo desses municípios lavras de manganês e de calcário, na região de São Desidério, município vizinho ao sul de Barreiras. Importante destacar ainda que o Vale do Paramirim apresenta boa potencialidade para a bauxita, com muitas pesquisas em andamento. Com tudo isto, a Fiol pode render R$ 500 milhões em arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), por ano, para a Bahia. 

Temos nesta perspectiva de desenvolvimento econômico, com a Fiol, a autorização federal para a construção do Porto Sul e a conclusão de 70% das obras da primeira fase da ferrovia. Além, lógico, do esforço conjunto para a viabilização desta importante e estruturante obra, por parte do Governo do Estado, da União e das Federações das Indústrias, Agricultura e Comércio. Tudo isto alinhado à política de atração de investimentos e novos negócios, na área de Mineração, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), autarquia ligada à pasta. 

A cada etapa da Fiol, aquece-se ainda mais o garbo de desenvolvimento desta locomotiva chamada Bahia, seja no fomento à renda, seja na geração de emprego para nosso querido povo baiano. Aproveito para agradecer ao Dr. Vasco Neto, deputado federal, primeiro idealizador do projeto da ferrovia, ao Dr. Neli Régis, que contribui para o estudo do novo traçado, e a todos que contribuíram para este importante projeto. Que venha a Fiol!

*João Leão, Vice-governador e Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia

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Este conteúdo integra o "Trilhos para o progresso", um projeto sobre a Fiol, realizado pelo Jornal Correio, com o patrocínio da Mineração Caraíba S/A, BAMIN, Vanádio de Maracás S/A, SINDIMIBA – Mineração na Bahia e RHI Magnesita e apoio institucional da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).

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