Artistas dos EUA e Brasil pedem a Biden que não feche acordos com Bolsonaro

Leonardo DiCaprio, Jane Fonda, Kate Perry, Roger Waters e Joaquin Phoenix se juntaram a estrelas brasileiras como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Wagner Moura

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  • Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2021 às 19:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Uma carta, assinada sobretudo por artistas de Brasil e Estados Unidos, pede ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que "não se comprometa com quaisquer acordos com o Brasil neste momento". A mensagem elogia a postura de Biden por medidas contra a mudança climática, pela conservação das florestas e pelo respeito "aos direitos humanos e a soberania dos povos indígenas". O documento, datado desta terça-feira, 20, vem a público na semana em que Biden sedia uma cúpula virtual sobre o clima, com Bolsonaro entre os convidados.

Os artistas signatários dizem que compartilham a preocupação de povos indígenas e organizações da sociedade civil na Bacia Amazônica e pelo mundo, diante de "potenciais acordos com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro". "Nós pedimos a seu governo que ouça o apelo deles e não se comprometa com quaisquer acordos com o Brasil neste momento", pedem.

Entre os signatários da carta há vários artistas brasileiros, como Sônia Braga, Gilberto Gil, Fernando Meirelles, Marisa Monte, Wagner Moura, Walter Salles e Caetano Velloso. Também há vários americanos, como Alec Baldwin, Leonardo DiCaprio, Jane Fonda, Kate Perry e Joaquin Phoenix. Estão ainda entre os signatários os britânicos Orlando Bloom e Roger Waters.

O texto afirma que a integridade do "ecossistema crucial" da Amazônia está em um "ponto de inflexão", ameaçado pelo governo Bolsonaro, por questões como o desmatamento, incêndios e ataques aos direitos humanos. "Desde que Bolsonaro assumiu em janeiro de 2019, as regulações ambientais têm sido sistematicamente revertidas e as taxas de desmatamento têm triplicado", acusa a carta, que cita invasões de terras indígenas, saques a eles, incêndios e impunidade para os responsáveis.

O grupo defende que não seja feito acordo algum até que o desmatamento seja reduzido, os direitos humanos sejam respeitados e exista uma participação "significativa" da sociedade civil. E recomenda que o governo americano não trate com Bolsonaro, mas "continue a dialogar com a sociedade civil, governos subnacionais, povos indígenas e da floresta da Bacia Amazônica".