As transformações precisam acontecer de forma sustentável

Claudio Cunha é presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi)

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  • Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 09:35

- Atualizado há um ano

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Refletindo sobre os desafios que temos à frente da Ademi-BA, comecei a pontuar as nossas intenções em continuar atuando de forma proativa para desenvolver um mercado imobiliário sustentável. Para nós, do mercado imobiliário, colocar a sustentabilidade em pauta é uma realidade e tem feito a diferença não somente nas ações que visam a diminuição do impacto ambiental, mas também na redução de custos para construtoras e clientes. Esse compromisso inicia desde a concepção dos projetos dos empreendimentos, passando pela escolha do tipo de material utilizado na construção e incluindo o uso de energias renováveis como eólica e solar. 

Trago a eco-construção como um dos pilares que cada vez mais as construtoras têm adotado, ao optar pelo uso de materiais que causam menor impacto ao meio ambiente, além de se preocupar com a redução e reciclagem da geração de resíduos. Coisas simples, como colocar uma lona abaixo do caminhão que armazena o concreto pode fazer a diferença, pois todo material que eventualmente caia do veículo é reutilizado.

No prédio Civil Tower, por exemplo, foi adotada a Produção mais Limpa (P+L), que deixou de gerar mais de mil m³ de resíduos, o equivalente a uma camada de 10 cm em um campo de futebol. Dentre as práticas adotadas, estavam o uso de escadas pré-moldadas, fachadas unitizadas e um processo de alvenaria enxuta. Há ainda a laje plana, que foi construída com a ajuda de formas de plástico. Enquanto a tradicional forma de madeira possui de 8 a 20 utilizações, a forma de plástico pode ser reutilizada mais de mil vezes.    As inovações também estão presentes na funcionalidade do prédio. A construção possui uma proteção térmica garantida pelo uso de pele de vidro e alumínio na área externa do prédio, que reduz em até 5 graus Celsius a temperatura interna, além de apostar na substituição de todas as lâmpadas incandescentes por LED e implantação de energia solar e eólica. A partir dessas medidas, o empreendimento comercial aderiu ao IPTU Verde, programa da prefeitura que dá até 10% de desconto sobre o imposto para edificações que utilizam processos construtivos sustentáveis.

No campo da construção, existe a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que busca organizar como lidamos com o lixo. A partir dele, estabelece-se o conceito de “responsabilidade compartilhada” entre fabricantes, revendedores e usuários no que se refere à reciclagem e destinação de produtos e embalagens. Entre as práticas recomendadas está não guardar sobras de tintas, as aproveitando imediatamente em outros locais ou as doando, não lavar as latas para não gerar efluentes poluidores e inutilizar as embalagens para evitar que sejam utilizadas com outras finalidades.  

De forma geral, existem alguns atributos essenciais a serem abordados numa construção sustentável. Entre eles, posso citar a arquitetura, pois é necessário que a construção complemente o ambiente. O telhado verde, que vira praticamente um jardim no teto, é uma boa iniciativa, pois pode diminuir em até 3º graus a temperatura do apartamento do último pavimento. Existe ainda a eficiência hídrica e até a escolha do tipo de bocal da torneira é eficiente. A opção pelo bocal aerador gera uma economia de até 50% na água, enquanto o spray – tipo chuveirinho – representa uma redução de até 75% no consumo de água.

Todas essas iniciativas caminham junto com a vanguarda da sustentabilidade. Além de diminuir o nosso impacto na natureza, em busca de um cenário urbano com melhores condições de viver, as práticas sustentáveis também representam uma economia geral nos custos, tanto na construção como para o cliente final, reforçando assim os benefícios de se estar em dia com políticas que já existem e precisam ser coladas em prática diariamente.