Aspra afirma que está tendo o direito de defesa negado pela justiça 

Entidade disse que não consegue acessar o processo que investiga a instituição

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  • Gil Santos

Publicado em 16 de outubro de 2019 às 18:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: Gil Santos/CORREIO

A queda de braço entre os policiais grevistas e a Associação dos Policiais e Bombeiros Militares e seus Familiares (Aspra) ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (16). Em entrevista coletiva, nesta tarde, a defesa da entidade informou que está sendo negada a ela o acesso ao processo que investiga a instituição. 

A advogada Marcelle Maron afirmou que, quando tenta acessar o processo, a informação do sistema do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) é de que ele inexiste. 

"Procuramos o setor responsável e fomos informados que o processo está em sigilo porque a operação ainda está em curso. Não temos acesso a nada. Não sabemos quais as acusações e, por isso, não temos como fazer a defesa. Fomos intimados da decisão, citados para apresentar a defesa e não temos acesso ao processo", criticou a advogada. 

Ela reclamou que a medida impacta também nos processos dos filiados da Aspra. "Vários prazos processuais não serão cumpridos porque os documentos foram retidos, prejudicando os associados", afirmou. 

Em relação ao material apreendido durante a operação do Ministério Público do Estado (MP-BA) em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), realizada durante a manhã, a advogada informou que não há anormalidade. O dinheiro pertence ao financeiro da instituição e ao deputado  e presidente da Aspra, Marco Prisco. Os tíquetes de combustível com carimbo da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) também pertencem ao político, e as munições foram consideradas "normais em uma instituição que representa policiais militares". 

Mais uma vez, a Aspra negou qualquer ligação entre os crimes e atos de vandalismos praticados nos últimos dias e a associação. A defesa afirmou que tem 15 mil associados e que não é possível controlar as ações de todos eles.

Procurados, o Tribunal de Justiça da Bahia e o Ministério Público do Estado ainda não se pronunciaram.